O ex-ator mirim Eduardo Caldas, que alcançou grande sucesso na década de 1990 durante a adolescência, está de volta às telas — mas não com um novo papel. Ele ressurgiu no imaginário do público por conta da reprise da novela Quatro por Quatro, atualmente em exibição pelo Canal Viva, na TV por assinatura. A produção, originalmente transmitida pela TV Globo em 1994, marcou uma das últimas participações de Eduardo na televisão, que optou por deixar os holofotes ainda aos 14 anos de idade.
A reaparição do nome de Eduardo Caldas motivou uma entrevista com a jornalista Anna Luiza Santiago, publicada na Coluna Play, do jornal O Globo. Na conversa, o ex-ator falou abertamente sobre os bastidores da carreira precoce, os motivos do afastamento da mídia e a sua vida atual, longe das novelas, mas ainda envolvido com o audiovisual.
Personagem entrou após extensão da novela
Na novela Quatro por Quatro, Eduardo Caldas interpretou o personagem Dinho, apelidado de Animal, um adolescente inserido no enredo quando a produção precisou ser estendida, devido ao atraso na preparação da novela que a sucederia na faixa das 19h.
Eduardo lembrou a experiência com entusiasmo, descrevendo-a como muito bacana, especialmente por ter reencontrado Tatyane Goulart, com quem havia atuado anteriormente na novela Felicidade. Ele também destacou sua parceria com Marcello Novaes, a quem descreveu como o seu maior parceiro de cena na televisão.
Por que Eduardo Caldas abandonou a TV ainda na adolescência?
Durante a entrevista, Eduardo Caldas explicou com franqueza os motivos que o levaram a abandonar a carreira artística ainda na juventude. Segundo ele, houve um momento em que simplesmente não queria mais atuar, e pediu à mãe que o deixasse parar. Ela o aconselhou a fazer uma pausa e retomar depois, caso sentisse vontade — mas esse retorno nunca aconteceu. O ator contou que, na verdade, o desejo era de se esconder e se afastar completamente da exposição pública.
“Chegou um momento em que eu não aguentava mais e falei para a minha mãe que queria parar. Ela disse que tudo bem, que eu descansasse e que, quando estivesse com saudade, poderia voltar. A questão é que eu nunca senti saudade. Queria me esconder e não ser achado”, contou.

Mesmo longe da frente das câmeras, Eduardo continuou envolvido com o meio audiovisual. Formado em Cinema, ele atuou como roteirista e diretor. Recentemente, desenvolveu um projeto pessoal, no qual está entrevistando 65 ex-atores mirins para refletir sobre os impactos da fama precoce e da responsabilidade excessiva na infância.
No projeto, Eduardo levanta questionamentos importantes sobre os efeitos psicológicos da atuação infantil, afirmando que há uma crise de identidade na criança que se torna ator mirim, uma vez que se torna difícil distinguir a própria personalidade dos papéis que interpreta. Ele ainda critica o fato de que esses jovens profissionais são lançados abruptamente no universo adulto, sem o processo gradual de amadurecimento vivido pela maioria das crianças — algo que, segundo ele, não é saudável e precisa ser discutido.
