O remake da novela Vale Tudo vem enfrentando uma série de dificuldades, e a queda de audiência em diversas regiões do país tem deixado evidente o descontentamento do público. A sensação de que o enredo subestima a inteligência do telespectador tem se tornado cada vez mais comum.
Além dos problemas narrativos, falhas graves na edição vêm comprometendo a qualidade da produção, acumulando críticas e alimentando polêmicas nas redes sociais. Márcia Pereira, do Notícias da TV, aponta erros que subestimam o público da novela das nove da Globo.
Tramas alteradas por Manuela Dias em Vale Tudo
Na tentativa de modernizar o clássico de Gilberto Braga, Leonor Bassères e Aguinaldo Silva, a autora Manuela Dias criou tramas que pouco colaboram para o avanço da história. Um dos principais problemas está na condução da personagem Maria de Fátima, interpretada por Bella Campos.
A jovem vilã perdeu a força dramática que tinha na versão original. Sua relação com Raquel (Taís Araújo) é marcada por atitudes incoerentes, como o perdão rápido após mais um golpe. A protagonista, por sua vez, se mostra excessivamente ingênua, o que enfraquece sua credibilidade.
O arco de Maria de Fátima segue ainda mais desconectado da lógica quando ela, após se tornar milionária com a mala de dólares roubada, decide devolver o dinheiro para apostar na conquista de Afonso (Humberto Carrão). A mudança de planos parece apressada e mal fundamentada, soando artificial ao público.
Odete Roitman perde características na novela das nove da Globo
Do lado dos antagonistas, Odete Roitman (Debora Bloch), que deveria ser a grande vilã, oscila entre falas calculistas e cenas familiares excessivamente doces, quebrando a coerência da personagem. Já Solange (Alice Wegmann), antes apresentada como inteligente, aceita sem questionamentos uma proposta duvidosa para trabalhar na Europa, o que destoa completamente de seu perfil.
Erros técnicos também vêm prejudicando a experiência do telespectador. Entre os deslizes mais comentados nas redes sociais, estão objetos que mudam de forma entre os cortes, como um copo que vira xícara, flores que trocam de espécie em segundos e vídeos que mudam de formato.