Após ser selecionada em um teste, Lala Deheinzelin não tinha consciência da importância histórica de sua participação na primeira versão de Vale Tudo, formando, ao lado da atriz Cristina Prochaska, o primeiro casal de mulheres em uma novela das oito. Embora sua personagem tenha tido uma breve aparição antes de falecer, seu trabalho é lembrado até hoje.
Em entrevista ao canal de Lufe Steffen no YouTube, intitulado Lufe Naftalufe, a atriz compartilhou suas impressões sobre a época. Ela afirmou: “A gente não tinha ideia de que a novela viraria um clássico. Toda obra você não tem noção enquanto você está fazendo“. Lala Deheinzelin se afastou da televisão há mais de trinta anos, dedicando-se a outras áreas.
Novos caminhos e carreira pós-TV
Nos anos seguintes ao seu trabalho na teledramaturgia, Lala Deheinzelin concentrou-se em economia criativa, chegando a ocupar uma posição na Organização das Nações Unidas (ONU), e em estudos de futurismo. Seu último trabalho como atriz foi em 1992, na minissérie As Noivas de Copacabana. Desta produção, ela guarda recordações inusitadas, como a necessidade de simular um orgasmo em cena com Miguel Falabella, que interpretava um personagem com condição psiquiátrica complexa na trama.
Cena inusitada e improviso
Relatando a experiência, Lala Deheinzelin descreveu a situação no set: “Estava vestida de noiva desde às 5h da manhã num motel. Era uma cena de sexo do Miguel Falabella com a Tássia Camargo e estava difícil, estava complicado”. Ela explicou que o diretor da cena, Roberto Farias, irmão de Reginaldo, estava com o tempo de gravação limitado. A cena em questão envolvia o personagem de Falabella estrangulando a personagem de Tássia Camargo, e no momento do orgasmo, ele via Lala em seu lugar. Com pouco tempo restante, o diretor teria dito a ela que não haveria tempo para direcionamento, instruindo: “Tira a roupa e deita do lado do Falabella”.
A atriz continuou seu relato, detalhando o encontro com Miguel Falabella na situação: “Deitei embaixo dele e falei: ‘prazer, eu sou Lala’. A gente ainda não tinha se falado na gravação“. O diretor, então, deu a instrução final para a cena: “a gente começa com você gozando e depois você morre. Gravando!“. Lala Deheinzelin descreveu a dificuldade de improvisar a cena sob pressão: “Aí, eu embaixo do Falabella… e tudo que eu podia fazer era de quinta. Eu fiz ‘ah, ah, uh, uh’ e assim ficou. Não deu para fazer nada que não fosse pastelão mexicano. Morro de rir até hoje”.
