Mudança feita pela Globo no reencontro de Odete com Tiago mostra uma vilã ainda mais desumana em Vale Tudo

Compare as duas versões e veja a diferença do tratamento de Odete com o neto.

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Os telespectadores que estão acompanhando o remake de Vale Tudo perceberam uma mudança significativa na construção da vilã Odete Roitman, agora interpretada por Débora Bloch.

No capítulo exibido pela Globo na terça-feira (29), a empresária retornou ao Brasil e protagonizou uma cena de reencontro com o neto Tiago (Pedro Waddington) que chamou a atenção por sua frieza — contrastando fortemente com o que se viu na versão original de 1988.

Odete Roitman foi bem fria com seu neto

Ao contrário da icônica interpretação de Beatriz Segall (1926–2018), cuja Odete se emocionava ao rever o neto, a nova versão da personagem foi contida e até ríspida. Durante o café da manhã no hotel onde está hospedada, Tiago aparece para visitá-la e, mesmo após anos longe, é recebido com um comentário cortante: “O que você está fazendo aqui?”. Quando o jovem diz que foi ver a avó, ela o repreende com ironia: “E não se usa mais marcar encontro, não? É um hábito muito civilizado que você deve praticar no seu dia a dia”.

A frieza segue quando Tiago sugere que Martin (Ângelo Rodrigues), apresentado por Odete como corretor de imóveis, talvez seja algo mais do que um amigo. A dondoca se irrita e retruca: “Quanto de educação você perdeu desde a última vez que eu estive aqui?”. Mais tarde, também ignora o apelo do neto para não internar Heleninha (Paolla Oliveira) novamente em uma clínica, após a recaída da filha no vício do álcool.

Encontro entre Odete e Tiago foi bem diferente em 1988

Na versão de 1988, o reencontro de Odete (Beatriz Segall) com Tiago (então vivido por Fábio Villa Verde) foi marcado por emoção. A empresária foi surpreendida pelo neto na empresa e, pela única vez na trama, deixou a pose de lado: correu para abraçá-lo, com direito a trilha sonora dramática, revelando um afeto que humanizava a personagem — ainda que em doses muito restritas ao núcleo familiar.

Segundo Walter Felix, colunista do Na Telinha, a mudança gerou reações nas redes sociais. Alguns internautas criticaram a decisão da autora Manuela Dias, que parece ter optado por uma Odete mais dura e completamente avessa a vínculos emocionais. “Estão desumanizando a Odete. Ela era leve com a família, sim. Ela abraçava, sorria. Era carinhosa”, observou um usuário. Outro comentou: “Isso vai impedir que o público de alguma forma crie afetividade por ela. Ao meu ver será uma personagem 100% desprezível”.