Lembra deles? Saiba qual foi o triste destino da dupla MC Serginho e Lacraia

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No auge do funk no Brasil, mais precisamente nos anos 2000, o país conheceu canções que até hoje são lembradas e tocadas em festas. Uma delas é a clássica Éguinha Pocotó, de MC Serginho e Lacraia.

A dupla formada pelo cantor e o dançarino fez grande sucesso com músicas divertidas. Apesar de cantar funk, a dupla também conquistou as crianças, devido sempre relacionar o nome de um animal nas canções.

A dupla começou a fazer sucesso em 2002 e logo se tornaram presença constante em programas de TV, além de fazerem shows pelo Brasil inteiro. Serginho lançou vários hits, mas em 2009 aconteceu uma mudança brusca na carreira: Lacraia decidiu deixar a dupla. Lacraia, nome artístico do dançarino Marco Aurélio da Silva Costa, teria decidido investir na carreira de DJ de casas noturnas de temática LGBT.

Serginho então chamou um outro dançarino, muito parecido com Lacraia, para assumir seu posto. Era o Gazela. Ele também chamou uma dançarina, Jaila X-Tudão, mas não deu muito certo. As pessoas começaram a comparar demais Gazela com Lacraia, sobretudo após um trágico acontecimento com Marco Aurélio, e Serginho decidiu seguir carreira solo.

O baque estava por vir dois anos mais tarde, em 2011, quando Lacraia faleceu, vítima de uma complicação da tuberculose, que já tratava há algum tempo. Na época de sua morte, a causa do óbito não foi divulgada com rapidez, mantendo a situação em sigilo em respeito à família do dançarino.

Em 2015, quatro anos após o adeus a Lacraia, sua mãe, dona Maria Alice da Silva, na época com 70 anos, revelou que seu filho não era feliz e apesar da alegria que esbanjava nos palcos, era um menino muito triste e solitário.

De acordo com entrevista concedida ao Ego pela dona Maria, Lacraia passava o dia deitado no chão, dormindo ou simplesmente quieto em seu canto quando não estava fazendo shows. Ela lembra também que na época que o dançarino se tornou conhecido nacionalmente, ser homossexual ainda era motivo de preconceito explicito. Aquela época não tinha a liberdade que existe hoje, inclusive com artistas gays fazendo sucesso. Era como um tabu, apesar de não se fazer tanto tempo assim. Por conta disso, Lacraia, o Marco Aurélio, se sentia muito triste, pois era hostilizado na rua quando passava pelo simples fato de ser gay.

Um desejo de Lacraia era que quando morresse fosse enterrado em um caixão rosa, mas na época de sua morte não foi possível a confecção do caixão nessa cor, por outro lado, o dançarino recebeu uma bela homenagem durante o trajeto de seu corpo para o cemitério e durante o enterro, com diversos fãs cantando e aplaudindo aquele que um dia fez a alegria de milhões de pessoas.

Já Serginho ficou muito abalado com a morte do amigo, que ele conhecia há muitos anos de uma comunidade carioca em que os dois viviam. Ele chegou a pensar em parar, mas meses após a morte de Marco ele retornou para a música. Hoje ele ainda se apresenta em festas de comunidades, casas de shows e baladas voltadas para o público gay, e garante: ainda sente a presença de Lacraia no palco. Segundo ele, há fãs sensitivos que afirmam já ter visto Lacraia dançando enquanto ele se apresentava.

Sergio seguiu um funk mais raiz, sem glamour, com mais contato com o público, o que ele chama de funk amador. Ele gosta assim e não se identifica com o padrão dos artistas do gênero de atualmente, que chegam no local em que foram contratados, colocam vários seguranças em frente ao palco, cantam poucas músicas e vão embora.