Natural que toda história natalina leve em consideração que todos saibam que é o Papai Noel, o que ele faz, e por aí vai. Essa tradição se manteve até que veio a Origem dos Guardiões, que tratava o Papai Noel e demais figuras populares como sendo um grupo de heróis, tipo Vingadores. E é justamente nesse tipo de abordagem que Klaus se foca, quase como se fosse uma história de origem: a origem do Papai Noel, no caso.
Inicialmente, a animação conta a história de Jasper, um carteiro filhinho de papai que abusa tanto de seus privilégios que acaba sendo mandado para uma cidade em eterno pé de guerra entre duas famílias, onde a função de carteiro não poderia ser menos relevante. E nesse contexto ele precisa cumprir determinada meta para sair dali, quando conhece um lenhador que gostava de fazer brinquedos e tudo muda na cidadezinha.
Klaus mostra um tipo de animação de encher os olhos, saindo das arredondadas figuras de olhos grandes que dominam os desenhos atuais. Com uma técnica diferente, chama atenção a arte dos traços, assim como fez Spiderverso um tempo atrás. Essa ousadia encontra eco ao se colocar JK Simons como Klaus, mostrando que não será um Klaus tão fofo assim.
Cada elemento, aparentemente desconexo, vai se desenhando como as bordas de um quebra-cabeça, que é preenchido com sutis explicações de como foram surgindo os elementos clássicos da lenda natalina. A arte e a vida se imitando de forma alternada. Engraçado, divertido, emocionante e até certo ponto, surpreendente. Esse é o legado que Klaus deixa, certamente a melhor obra natalina em algum tempo.
Ainda que não se faça necessário esmiuçar os detalhes da narrativa, a premissa consegue conferir uma bela ideia do que vem a seguir, mas a execução é muito mais importante que a surpresa em si. É o caso da jornada mais importante que o destino, e esse pensamento poderia resumir Klaus, e o sentimento que se ganha ao assistir a essa bela e emocionante aventura, absolutamente imperdível.