A derrota de Fernanda Torres na categoria de Melhor Atriz gerou uma enxurrada de comentários nas redes sociais, colocando a Academia sob escrutínio do público brasileiro. A premiação, que consagrou Mikey Madison como vencedora, foi marcada não apenas pela vitória histórica do Brasil com Ainda Estou Aqui, mas também por uma polêmica envolvendo a visibilidade das publicações sobre os ganhadores.
Em meio a revolta por Fernanda não ter conquistado o prêmio, muitos internautas brasileiros relataram não conseguir visualizar o post da Academia anunciando a conquista de Madison, levantando questionamentos sobre um possível bloqueio geográfico do conteúdo.
Postagem só é visível para os americanos
Desde a manhã de segunda-feira (3), começaram a circular prints mostrando que determinadas postagens do perfil oficial do Oscar no Instagram estavam visíveis apenas para usuários nos Estados Unidos. A constatação gerou indignação entre os brasileiros, que já haviam demonstrado forte engajamento durante a campanha da premiação. Após a repercussão, a reportagem do g1 verificou que, de fato, havia pelo menos cinco postagens sobre os vencedores do Oscar indisponíveis para usuários no Brasil, Europa, Oceania e Canadá. Esse fato levou a especulações sobre uma possível tentativa da Academia de conter a enxurrada de críticas e manifestações do público brasileiro.
A mobilização dos brasileiros não passou despercebida, tanto nas manifestações contra a escolha de Madison quanto nas celebrações pela vitória de Ainda Estou Aqui, que trouxe ao país seu primeiro Oscar. No entanto, o fato de a postagem sobre a categoria de Melhor Atriz estar oculta para os brasileiros levantou suspeitas de censura direcionada.
A ausência do post gerou revolta e teorias nas redes, levando a um debate sobre as políticas do Instagram e possíveis restrições de conteúdo por localidade. Segundo especialistas consultados pelo g1, não há mecanismos públicos disponíveis na plataforma que permitam bloquear postagens para usuários de países específicos no feed principal. Apesar disso, a publicação dedicada a Mikey Madison continuou inacessível para perfis brasileiros, o que sugere que a Academia pode ter utilizado uma ferramenta interna ou recurso ainda não amplamente divulgado para limitar o alcance da postagem em determinadas regiões.
Nem a Meta e nem a Academia do Oscar falam sobre o assunto
Em resposta à polêmica, a Meta, empresa responsável pelo Instagram, foi questionada sobre a possibilidade de restringir conteúdos para países específicos, mas preferiu não comentar o caso. Já a Academia do Oscar também foi procurada para esclarecer o motivo da aparente segmentação dos posts, mas até a última atualização da reportagem, não havia se manifestado. Enquanto isso, brasileiros encontraram maneiras de burlar a restrição e acessaram o conteúdo por meio de perfis estrangeiros ou links diretos, aproveitando para deixar comentários em português criticando a decisão da organização do prêmio.