A atriz Paolla Oliveira, aos 42 anos e com mais de 20 de carreira, vive um momento de autoconhecimento e empoderamento, refletindo sobre sua trajetória pessoal e profissional. Durante a entrevista para a Marie Claire, a artista fez questão de destacar a cobrança constante que sofre, principalmente em relação à maternidade. Desde que congelou seus óvulos aos 35 anos, Paolla enfrenta um dilema recorrente: quando será mãe? Em resposta às perguntas incessantes sobre sua vida pessoal, a atriz revela que ainda não encontrou uma resposta definitiva. Para ela, a maternidade é uma decisão que não pode ser imposta pela sociedade, e sim uma escolha genuína quando o momento certo chegar.
Pressão sobre o corpo e a vida pessoal
Além da pressão sobre a decisão de ter filhos, Paolla também enfrenta cobranças em relação ao seu corpo. “Me cobram a maternidade tanto quanto me cobram uma perna sem celulite“, desabafa. A atriz reconhece que as expectativas que as pessoas impõem sobre ela se refletem em seu corpo e em suas escolhas, criando uma pressão constante. Contudo, Paolla tem se posicionado de forma firme sobre a necessidade de quebrar esses padrões. Ela afirmou que está cansada de viver sob a ótica do julgamento alheio e que a partir de certo ponto de sua vida, decidiu que não iria mais permitir que os outros a definissem.
O caminho para essa tomada de consciência começou em 2023, quando Paolla se permitiu vivenciar o Carnaval de forma diferente, sem os padrões que tanto a limitavam. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ela fez questão de questionar os homens presentes no barracão da escola de samba Grande Rio sobre suas próprias pressões para atingir o corpo ideal. A ideia era justamente colocar todos no mesmo lugar, abordando o quanto os padrões de beleza e comportamento ainda ditam a vida de muitas mulheres. “Eu não podia mais regular a mim mesma por conta do que o mundo pensava“, afirma a atriz.
A mudança interna e o amor pelo Carnaval
Após a mudança interna que viveu nos últimos anos, Paolla descobriu no Carnaval um espaço de libertação. A atriz, que havia se afastado por mais de dez anos dessa festa popular, voltou a se jogar na avenida com um olhar renovado e sem receios. Ela descreve o Carnaval como um lugar onde pode ser quem realmente é: grandiosa, bonita e livre. A relação de Paolla com a folia foi transformadora, e ela reconhece que foi o Carnaval que a acolheu de volta, ajudando a moldar a mulher que é hoje. “Eu ganhei muito com o Carnaval“, diz, destacando que ele trouxe afeto e reconhecimento, especialmente entre as mulheres dessa comunidade.
Ao se abrir para as próprias experiências, Paolla também teve a coragem de negar papéis que não correspondiam ao seu verdadeiro desejo. No remake de Vale Tudo, ela fez questão de pedir um teste para interpretar Heleninha, a personagem alcoólatra interpretada por Renata Sorrah na versão original de 1988. Paolla não se contentou com o papel oferecido a ela inicialmente e lutou para conquistar o papel que realmente almejava, mostrando sua determinação e coragem. “Se você tiver vontade, não se contente com o que o mundo está oferecendo, porque talvez você possa mais“, afirmou, destacando a importância de se arriscar e lutar por aquilo que se deseja.
A maternidade: um tema que ainda gera reflexões
Embora Paolla tenha se tornado uma voz ativa sobre a liberdade e a aceitação do corpo feminino, a questão da maternidade ainda gera muitas reflexões internas. A atriz admite que pensa sobre o assunto todos os dias, mas não se sente pressionada a seguir uma linha do tempo pré-determinada. As perguntas constantes sobre sua decisão de ter filhos são, para ela, uma continuidade da cobrança sobre seu corpo e sua vida. “Toda hora sou perguntada: ‘Tem certeza que não quer? Pensa bem, quem vai cuidar de você quando você ficar mais velha?’“, diz Paolla, refletindo sobre o peso dessas perguntas.
No entanto, ela entende que, se for para ela viver a experiência da maternidade, será algo que acontecerá naturalmente. “Se a maternidade for para mim, será“, conclui a atriz, mostrando que, apesar da pressão externa, é ela quem decide os rumos de sua vida. O mais importante, para Paolla, é que as mulheres se sintam empoderadas para fazer suas próprias escolhas, sem serem limitadas pelas imposições da sociedade.
Com essa postura, Paolla Oliveira segue inspirando suas milhões de seguidoras nas redes sociais, onde compartilha suas experiências, reflexões e momentos de superação. Ao se posicionar contra a pressão sobre o corpo e a maternidade, ela se torna uma referência para muitas mulheres que, assim como ela, buscam ser livres para viver suas próprias histórias.