“Um Amor, Mil Casamentos” poderia se chamar Mil Minutos Perdidos

PUBLICIDADE

O que aconteceria se um evento tão simples quanto a troca dos lugares na recepção de um casamento fosse diferente? É nessa premissa que o autor e diretor Dean Craig se baseia para fazer o que deveria ser a nova comédia romântica da Netflix. Deveria porque não é comédia, tampouco romântica.

O que poderia dar errado com um galã como Sam Clafin (Como Eu Era Antes de Você) fazendo par com Olivia Munn? Aparentemente tudo, pois a única coisa que se salva no filme são as belas fotografias áreas de Roma e de Londres, com alguns momentos cômicos de Joel Fry. Poucos, muito poucos, a ponto de se contar nos dedos. Todo o resto é um desastre.

Sob a ótica narrativa, os desfechos mudam de acordo com a ordem em que as pessoas sentam à mesa, e em certo momento o filme se propõe a contar como seriam as outras versões. A ideia até poderia dar certo, se mais da metade do filme se passasse em uma só versão, sendo a transição tão brusca que foi necessário um narrador para explicar o que estava acontecendo, apressando assim as outras versões que poderiam ser bem exploradas, sendo que o filme escolhe uma versão para terminar com acontecimentos bem forçados.

Já na atuação, ninguém convence. A ausência de química entre todos casais, óbvios ou não, deixa um ponto de interrogação grande, e isso porque tem o atual galã britânico escalado. Os ingleses, ainda que não sejam experts, conseguem fazer filmes de comédias românticas, de forma que quando você tem um elenco que já se provou bom, um fracasso retumbante cai ou sobre o roteirista ou sobre o diretor. Sendo os dois a mesma pessoa, Dean Craig, fica fácil descobrir onde tudo deu errado.

Perda de tempo, sem nexo, sem graça e sem romance. Era difícil Dean Craig fazer algo pior. Certamente um nome para se lembrar para evitar a todo custo.