A tragédia que abalou uma família no litoral gaúcho após a ingestão de um bolo de Natal está sendo investigada pela polícia, que busca esclarecer as circunstâncias das mortes. O programa Fantástico entrevistou Marila dos Santos, vizinha de Zeli dos Anjos, a responsável pelo preparo do bolo, que compartilhou detalhes reveladores sobre a tragédia.
Marila dos Santos explicou que Zeli, uma aposentada de 61 anos, sempre fez a mesma receita para as festividades de fim de ano. No entanto, a confraternização deste ano se transformou em um pesadelo com a morte de três mulheres da família e outros familiares apresentando sintomas de intoxicação.
Fantástico entrevistou Marila, vizinha de Zeli que preparou o bolo de Natal
A relação de Zeli dos Anjos com a cozinha sempre foi um tanto desinteressada, conforme revela Marila dos Santos, sua vizinha. Segundo Marila, quem verdadeiramente apreciava cozinhar era o marido de Zeli. “Sempre o marido que cozinhava. Ela disse que nunca foi boa de cozinha. O único doce que ela sabia fazer era o tal do bolo de reis, todo ano”, conta a comerciante.
Zeli e seu marido, Paulo, mudaram-se para a casa de veraneio após as enchentes em Canoas, levando uma vida tranquila no litoral. Segundo o vizinho Sérgio José de Souza, o casal tinha boa convivência com a comunidade. Paulo, um pescador que costumava caminhar com Zeli na praia, morreu em setembro por suposta intoxicação alimentar, e agora, sua morte também será investigada após a tragédia deste Natal.
Investigação continua
O delegado Marcos Vinicius Veloso explicou que um apagão na cidade de Zeli dos Anjos fez com que muitos itens da geladeira dela estragassem. Entre esses itens estavam uvas-passas e frutas cristalizadas, que possivelmente foram reutilizados no bolo de Natal. A deterioração desses ingredientes pode ter contribuído para a tragédia. A investigação, portanto, está concentrada em verificar se esses itens contaminados foram a causa das mortes e intoxicações que chocaram a comunidade local. “Quem comia, logo sentia o gosto estranho”, disse o delegado. “As pessoas começaram a passar mal naquele momento”, finalizou.