Há 48 anos, uma autora da Globo não se conformou com a censura em cima de sua novela e escreveu uma carta à mão para o governo militar. Na época, a trama foi taxada de subversiva por aqueles que analisavam os conteúdos de entretenimento.
Janete Clair ficou conhecida como uma autora de grandes sucessos. Carregando a paixão pela dramaturgia, a autora se dedicava ao máximo ao ofício, criando diversos personagens que fizeram história na teledramaturgia brasileira.
No entanto, nem tudo são flores. Em 1976, quando estreava a novela Duas Vidas, a autora foi censurada pela ditadura. A trama, além de abordar o relacionamento de uma mulher mais velha com um homem mais jovem, ainda fazia críticas sociais a uma obra de metrô.
Regime militar se incomodou com críticas ao metrô em novela da Globo
Isso foi o suficiente para incomodar o Regime Militar. Segundo Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, o governo considerava a obra do metrô como uma revolução. Vendo com péssimos olhos as críticas de Janete Clair, a censura classificou a novela da autora como subversiva e contrária aos bons costumes. Isso fez com que o governo tivesse liberdade para cortar os diálogos.
Mesmo com carta da autora, novela da Globo continuou censurada
Revoltada, a autora enviou uma carta para o diretor da Divisão de Censura e Diversões Públicas, alegando que os cortes não eram justificáveis, pois se tratava de um dono de imóveis que critica a poeira da construção do metrô que entrava nas casas. O apelo acabou não surtindo efeito, pois a censura manteve os cortes até o fim. As informações passadas são de Bárbara Aguiar e Arthur Pazin, do site Contigo.