A morte precoce de Cazuza em julho de 1990, decorrente de complicações causadas pela AIDS, encerrou uma trajetória de sucessos e polêmicas, mas sua memória permanece viva para os fãs e admiradores. Entre as inúmeras histórias sobre o artista, uma em particular tem ganhado destaque recentemente: o relato emocionante de Ana Maria da Costa, enfermeira que cuidou do cantor em seus últimos meses de vida.
Ana Costa revelou em entrevista, detalhes de sua convivência com o artista, ressaltando o desafio e a intensidade dessa experiência. A enfermeira recorda seu primeiro contato com Cazuza como um momento marcante.
“Eu conheci o Cazuza em 1990, 1989 pra 90, quando uma enfermeira me chamou pra ficar com um paciente […] Era um domingo, e eu falei ‘Ah não, vou descansar’, não tava com vontade de ir, mas aceitei. Cheguei lá, o paciente era o Cazuza”, disse ela. Em seguida, contou como os primeiros dias foram complicados.
A enfermeira não desistiu de sua missão
Ana Costa disse que o início foi difícil devido aos episódios de agressividade que presenciou. “Ele era muito agressivo nessa época. Tinha que ter todo um cuidado […] foi uma batalha”, relembrou Ana.
A relação entre os dois evoluiu, e momentos de carinho e compreensão passaram a ser mais frequentes. Com o tempo, a enfermeira sentiu-se chamada a compartilhar sua fé cristã com o artista.
Ana lia a Bíblia para Cazuza
Na entrevista, ela contou que foi falando de Jesus para o cantor. A enfermeira relembra que Cazuza demonstrava interesse pela Bíblia, chegando a pedir que ela lesse para ele. “Fui lá e li Mateus, outros versículos também […] Eu falei ‘Não posso te curar, mas Deus pode te curar, se for da vontade Dele’”, contou Ana.
Com o passar do tempo, a relação dela com o cantor foi mudando. “Vi ele chorando, pedindo a Deus mais tempo de vida. Nunca tinha visto um paciente com tanta sede de viver como ele. Continuei lendo a Bíblia pra ele, vi que foi um processo de arrependimento [dos pecados]. Ele tinha consciência de que fez coisas erradas”, completou.