Sonic estreou nas telonas debaixo de muita desconfiança, pois o primeiro design do personagem era bizarro e a internet veio abaixo com críticas e ameaças de boicote. A Sony ouviu as críticas, levou o projeto de volta ao estúdio e entregou um Sonic remodelado, que lembrava o carismático ouriço dos videogames. Resultado? Elogios de público e crítica e liderança das bilheterias.
Sonic – o Filme se passa na cidade de Greenville, nome da primeira fase do jogo. Uma pacata cidade sem grandes problemas, o que faz com que o Cherife Tom, bem interpretado por James Mardsen, fique entediado e anseie por algo mais. Do outro lado do universo, onde criaturas fantásticas habitam, um rápido porco-espinho tem que fugir por sua vida. E é aí que os caminhos se cruzam e a aventura começa.
Sonic pode ser resumido como um filme bem acabado. Todos os fatores técnicos como música, fotografia, efeitos, direção, etc, estão bem encaixados e funcionando a favor da narrativa, simples e objetiva, mirando agradar os filhos e os pais saudosos dos seus 8 ou 16bits. Simples assim. Existem easter eggs e fan services, mas acima de tudo existe uma história bem contada, personagens cativantes e uma certa dedicação à experiência do público.
Impossível não destacar Jim Carrey, magnífico, em uma daquelas atuações de marcar a carreira, como há muito tempo não se via. Caricato e histriônico, lembrou seu auge cômico como Máscara e dá um show de interpretação como o antagonista Robotnik, fazendo um cientista louco que vai demorar para ser superado.
Bom no geral, excelente em alguns pontos, Sonic consegue mostrar que o caminho para adaptar bem algo dos games é aceitar que a transposição de mídia implica em concessões – os anéis viraram portais, nada mais justo, havendo espaço para brindar os fãs (atenção à cena pós créditos) e também há espaço para criar, especialmente quando se tem humildade suficiente para se ouvir seu público alvo. De um fiasco, a Sony soube dar a volta por cima com estilo. Forte candidato à melhor adaptação dos videogames. Bravo.