A cantora colombiana Karol G está no centro de uma polêmica após o lançamento de sua nova música, +57. A faixa, que traz referências à juventude e à beleza feminina, foi criticada no país de origem da artista por supostamente estimular a sexualização de meninas ainda na adolescência.
A controvérsia iniciou após o Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar (ICBF) expressar preocupação com uma passagem específica da letra, que faz alusão a uma garota de 14 anos. O trecho faz referência a uma mulher, descrita como “mamacita [bonita] desde os ‘fourteen'”, ou seja, desde os 14 anos de idade.
O órgão colombiano, que atua na defesa dos direitos de crianças e adolescentes, condenou publicamente a canção, considerando que a letra poderia normalizar a sexualização precoce. A diretora do instituto, Astrid Cáceres, afirmou que não há justificativa comercial que permita esse tipo de abordagem, e ressaltou que figuras públicas precisam ter responsabilidade sobre as mensagens que transmitem ao público.
Karol G pede perdão, mas diz que letra foi tirada de contexto
Diante das críticas, Karol G usou as redes sociais para se pronunciar, afirmando que o trecho foi mal interpretado. A cantora pediu desculpas e declarou que não teve a intenção de incentivar comportamentos prejudiciais, dizendo que ainda está em um processo de aprendizado. Ela se mostrou abalada com a situação e reforçou que compreende a necessidade de maior cuidado em suas composições, especialmente considerando o impacto de sua música entre os jovens.
Música gerou reações negativas
O assunto ganhou ainda mais destaque quando o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, entrou na discussão. Em uma postagem nas redes sociais, o governante destacou que o país enfrenta um conflito cultural, especialmente entre as novas gerações, e alertou sobre a influência de músicas com mensagens que podem ser mal interpretadas ou trazer valores distorcidos para os jovens.
A revista Rolling Stone em espanhol também se posicionou sobre +57, considerando-a uma obra polêmica e até chamando-a de “desastre” por, segundo a publicação, sugerir uma apologia à sexualização de menores. A música conta com a participação de diversos artistas colombianos, como J Balvin, Maluma, Feid, Ryan Castro e Blessd, que, assim como Karol G, defenderam a obra, afirmando que a intenção foi compreendida de maneira equivocada.