Muito se especulava sobre o que Robert Downey Jr. faria após encerrar o ciclo de seu icônico Homem de Ferro, e qual não foi a surpresa de saber que ele seria a estrela do remake de Dolittle. O filme que conta a história do médico que falava com animais, baseado na série de livros britânicos, e que foi trazida ao cinema pelo hilariante Eddie Murphy.
A versão de Downey Jr. buscou resgatar muito do espírito original do personagem original, sendo o mesmo trazido de volta à sua raiz britânica, e talvez até por isso o personagem lembre um pouco o Sherlock Holmes de Downey em seus trejeitos amalucados. Não que isso seja um problema, uma vez que ambos são personagens bem construídos e interessantes, mas é difícil negar a semelhança.
Outra característica interessante é o roteiro pega Dolittle no meio de uma trajetória, e não mais em uma história de “origem”, o que permite conferir ao personagem mais profundidade, provocando maior empatia do público, o que foi uma decisão acertada do roteiro, que se baseia principalmente no livro “As Viagens de Dolittle”, amadurecendo mais o personagem e dando maior universalidade à história.
Ponto positivo também para o elenco, recheado de estrelas e atores premiados, tanto na voz dos animais como no elenco de personagens reais; São tantos queridinhos do público que nem vale a pena estragar a caça às vozes, parte divertida do filme.
Divertido, emocionante e lúdico, Dolittle surpreende com atuações precisas, fotografia criativa, narrativa bem encaixada e quase duas horas de puro entretenimento e encantamento. Bravo.