O corpo do ex-boxeador Adilson Maguila, falecido nesta quinta-feira (24) aos 66 anos, pode ser sepultado sem o cérebro. Isso se deve ao fato de que o ex-pugilista havia manifestado o desejo de doar o órgão para a ciência.
Em 2018, o ex-atleta assinou um documento autorizando a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) a utilizar seu cérebro para estudos sobre Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), uma doença degenerativa que o acometeu após anos de exposição a golpes na cabeça durante a carreira no boxe.
Família de Maguila precisa autorizar doação
A doação faz parte de um estudo realizado pela FMUSP sobre os impactos de lesões repetidas na cabeça em atletas. Maguila havia formalizado a declaração de vontade, um documento legal que permite a retirada do cérebro após sua morte.
O processo envolve a retirada do órgão no Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) da capital paulista, antes que o corpo seja liberado para sepultamento. A declaração de vontade já foi registrada, mas o procedimento só será finalizado se a família de Maguila autorizar a retirada do cérebro e comunicar o falecimento às autoridades competentes. A partir daí, o corpo será encaminhado ao SVO, onde a equipe da FMUSP realizará a extração e preservação do órgão para estudos futuros.
Desejo de Maguila pode ser atendido
Ainda não há confirmação oficial da família sobre a realização do desejo de Maguila, mas, caso se concretize, o corpo será enterrado sem o cérebro. Essa prática é comum em doações de órgãos para pesquisas científicas, principalmente em estudos de doenças neurológicas degenerativas, como a ETC. Maguila foi um dos maiores nomes do boxe brasileiro.