O Brasil se despediu de um dos boxeadores mais icônicos de sua história, José Adilson Rodrigues dos Santos, conhecido como Maguila, que faleceu em São Paulo aos 66 anos. Ele lutava contra a encefalopatia traumática crônica, também conhecida como demência pugilística, diagnosticada em 2013. A notícia da morte foi confirmada por sua esposa, Irani Pinheiro, deixando uma profunda marca nos fãs e na comunidade esportiva.
Nascido em 11 de julho de 1958, em Aracaju, Maguila teve uma carreira no boxe que durou 17 anos, durante a qual participou de 85 lutas, acumulando 77 vitórias, sendo 61 por nocaute. Seu carisma e entrevistas memoráveis conquistaram o público, tornando-o uma figura querida no esporte brasileiro. Lutas marcantes em sua carreira incluem confrontos com lendas do boxe, como Evander Holyfield e George Foreman, que destacaram seu status como um dos melhores pesos-pesados.
Maguila era fã de Muhammad Ali
Seu interesse pelo boxe começou na infância, ao assistir às lutas de seu ídolo, Muhammad Ali. Crescendo em uma família grande, Maguila assistia às lutas do ídolo em uma televisão preta e branca na casa de um vizinho, sonhando um dia em estar no ringue. No entanto, ele enfrentou muitos desafios, incluindo a pobreza, ao se mudar para São Paulo aos 14 anos para trabalhar como ajudante de pedreiro. As condições de vida eram difíceis, passando noites em um caminhão abandonado e enfrentando a fome.
O auge da carreira de Maguila ocorreu durante sua esperada luta contra Holyfield em 15 de julho de 1989. A luta atraiu grande atenção no Brasil, já que Maguila vinha de uma sequência de 18 vitórias. Embora tenha começado forte, Holyfield conquistou uma vitória decisiva com um nocaute. Apesar desse revés, o espírito de Maguila permaneceu inabalável, e ele relembrava o combate com bom humor anos depois, demonstrando sua resiliência e amor pelo esporte.
Maguila lançou album após o fim de sua carreira
Fora do ringue, Maguila teve uma carreira diversificada, lançando um álbum musical chamado “Vida de Campeão” em 2009 e fazendo aparições na televisão. Sua vida e legado foram homenageados quando ele se tornou o tema de um desfile de uma escola de samba em um desfile virtual. Embora os planos para um filme sobre sua vida tenham sido interrompidos devido a problemas de financiamento, a influência e a memória de Maguila continuam a ressoar, solidificando seu lugar na história do boxe brasileiro.