Cid Moreira, que faleceu na manhã desta quinta-feira, dia 3 de outubro, aos 97 anos, tinha uma série de manias bem peculiares. O jornalista, por exemplo, anotava tudo o que fazia em uma agenda, e tinha um número fixo de vezes que deveria mastigar a comida a cada garfada que levava à boca.
Essas características foram reveladas pela diretora do documentário Boa Noite, que aborda sua carreira profissional e vida pessoal. Clarice Saliby teve acesso a pelo menos 15 cadernos nos quais o ex-âncora do Jornal Nacional registrava cada passo do seu dia com um nível de detalhamento impressionante.
A cineasta destacou anotações como: “Acordei 7h da manhã, fui ao banheiro duas vezes de madrugada, comi morango e granola com iogurte no café da manhã, fulano me ligou e ficamos 15 minutos conversando”.
Cid Moreira era obcecado por atividades físicas e tinha manias na hora das refeições
Essa era apenas uma das manias de Cid Moreira, que também colecionava relógios, gravatas e livros sobre saúde e alimentação saudável. O jornalista era obcecado por atividades físicas, praticando caminhada na esteira e pilates diariamente.
Durante as refeições, o locutor possuía outras manias. Segundo Clarice Saliby, Cid Moreira mastigava exatamente 60 vezes cada garfada e exigia silêncio absoluto enquanto se alimentava. “Tinha que ser um silêncio sepulcral. Ele execrava qualquer pessoa que falasse com ele neste momento. Se tivesse um almoço de negócios, dizia que a pessoa teria que esperar ele terminar porque precisava mastigar 60 vezes a cada garfada antes de engolir”, relatou.
Cid Moreira era apaixonado por gengibre e praticava locução diariamente
Além de sua rotina peculiar, Cid Moreira tinha um apreço por gengibre, a ponto de espalhar a raiz por toda a casa, acreditando que era boa para a voz. Ele costumava deixar um pedaço no canto da boca enquanto conversava. O jornalista também jogava tranca todos os dias, o que era seu principal divertimento.
Para manter sua habilidade vocal, ele praticava locução por cerca de duas horas diárias usando o programa de áudio Pro Tools, onde lia poesias de Fernando Pessoa. Segundo Clarice Saliby, essa prática era uma disciplina profissional que o jornalista mantinha mesmo após os 90 anos, demonstrando seu comprometimento com a arte da locução.