Na manhã desta quinta-feira (3), o Brasil se despediu de uma das maiores vozes do jornalismo brasileiro, Cid Moreira, que faleceu aos 97 anos. O ex-âncora do Jornal Nacional marcou gerações com seu inconfundível timbre e presença nas telinhas da TV Globo.
Contudo, os últimos anos de vida do jornalista foram marcados por conflitos familiares, especialmente com seus filhos adotivos, Rodrigo e Roger Moreira, com quem mantinha uma relação conturbada.
Filhos de Cid Moreira entraram na Justiça
A disputa familiar veio à tona em 2021, quando Rodrigo e Roger entraram na Justiça para pedir a interdição do pai, alegando que ele sofria de senilidade e era vítima de manipulação por parte da esposa, Fátima Sampaio Moreira. Os filhos acusaram Fátima de dilapidar o patrimônio do jornalista, afirmando que ela teria transferido mais de R$ 40 milhões para suas próprias contas e de familiares – inclusive no exterior – além de vender 11 dos 18 imóveis que pertenciam a Cid. Eles também alegaram que o ex-apresentador estaria sendo mantido em cárcere privado.
Em resposta às acusações, Cid Moreira declarou publicamente que estava em plena capacidade mental e que os filhos estavam errados, agindo por interesses financeiros. Ele afirmou que as ações movidas pelos filhos visavam atrapalhar seu casamento com Fátima e retirar seu direito de administrar seus próprios bens. Em uma entrevista, o jornalista expressou sua tristeza e vergonha pela atitude de Rodrigo e Roger, afirmando que o comportamento deles havia causado uma ruptura definitiva na relação familiar.
Um dos episódios mais polêmicos do conflito foi a divulgação de um áudio por Roger, no qual tentava provar que Cid e Fátima haviam começado um relacionamento ainda durante o casamento do jornalista com sua ex-esposa, Ulhiana Naumtchyk. O áudio sugeria que Fátima, inicialmente contratada para prestar serviços jornalísticos, mantinha um relacionamento amoroso com Cid desde o ano 2000, o que teria causado o fim do casamento anterior.
Ministério Público arquivou o caso
Em 2023, o Ministério Público do Rio de Janeiro decidiu arquivar uma das ações movidas pelos filhos de Cid, que acusava Fátima de maus-tratos. Após uma investigação e visitas à residência do jornalista, o MP concluiu que não havia indícios de abuso ou maus-tratos, dando fim ao processo. O promotor responsável pelo caso relatou que as provas apresentadas não sustentavam as acusações feitas por Rodrigo e Roger, e o caso foi encerrado.