O jornalista Cid Moreira faleceu nesta quinta-feira (3) aos 97 anos. Ele viveu seus últimos anos em meio a uma acirrada disputa familiar com seus dois filhos, Rodrigo e Roger Moreira. Os filhos alegavam que a esposa do jornalista, Fátima Sampaio Moreira, estava dilapidando o patrimônio do pai de forma “ilegal e abusiva”, aproveitando-se de sua idade avançada e problemas de saúde.
A acusação se baseava no suposto controle de Fátima sobre os bens de Cid, envolvendo a transferência de mais de R$ 40 milhões para contas dela e de parentes, além da venda de grande parte dos imóveis do ex-âncora do Jornal Nacional.
Filhos entraram com ação na Justiça
A tensão entre Cid e os filhos ganhou força em julho de 2021, quando Rodrigo e Roger entraram com uma ação judicial pedindo a interdição do pai. Eles alegavam que o jornalista estava senil e era vítima de maus-tratos por parte de sua esposa, com quem vivia há mais de 15 anos. Além disso, os filhos afirmavam que Cid estava sendo mantido em cárcere privado e era impedido de gerenciar sua própria vida.
No entanto, em 2023, o Ministério Público do Rio de Janeiro pediu o arquivamento de uma das ações movidas por Roger e Rodrigo, que acusava Fátima de maus-tratos. Apesar das graves acusações, o processo não avançou, e a disputa continuou a ser marcada por conflitos públicos e privados, com ambos os lados apresentando suas versões sobre a relação conturbada.
Cid deserdou filho adotivo
Cid Moreira, que sempre foi uma figura pública respeitada, também se pronunciou sobre o caso. Ele chegou a deserdar o filho adotivo Roger, declarando em uma carta que o arrependimento pela adoção foi uma das razões para a ruptura. Mesmo com o fim da disputa judicial, o conflito familiar permaneceu até os últimos momentos da vida do jornalista.