Sequestro, aborto e dívidas com traficantes: as principais teorias sobre o desaparecimento de Priscila Belfort

Desaparecida há mais de 20 anos, Priscila Belfort continua sendo um dos casos policiais mais emblemáticos do Brasil.

PUBLICIDADE

Um dos casos policiais mais emblemáticos do Brasil, ainda sem solução após mais de 20 anos, é o desaparecimento de Priscila Belfort, irmã do lutador de MMA Vitor Belfort. O mistério em torno do caso levou à produção de uma série pela plataforma de streaming Disney+, intitulada Volta, Priscila, que estreou nesta semana e explora diferentes linhas de investigação sobre o que pode ter ocorrido com a jovem.

Priscila Belfort desapareceu após sair do trabalho durante o horário de almoço e, desde então, nunca mais foi vista. Ao longo dos últimos 20 anos, a principal hipótese da polícia tem sido de que ela foi vítima de um sequestro, razão pela qual o caso sempre esteve sob a responsabilidade da Delegacia Antissequestro (DAS).

Priscila Belfort pode ter sido vítima de sequestro

Um dos principais suspeitos pelo desaparecimento de Priscila é um criminoso de alta periculosidade conhecido como Gerinho, que atuava em sequestros na época. Um de seus reféns chegou a ouvir o marginal admitir para um comparsa que havia sequestrado e “passado” Priscila, o que, no jargão das ruas, significa que ele teria executado a vítima. No entanto, Gerinho nunca foi interrogado sobre o caso, pois acabou sendo morto em uma operação policial no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.

Durante as investigações, uma mulher chamada Michele chegou a se entregar espontaneamente à polícia, alegando envolvimento no desaparecimento de Priscila. Entretanto, foi constatado que a mulher estava em um surto psicótico e havia inventado a participação no crime apenas para se aproximar do delegado responsável pelo caso, por quem nutria uma paixão.

Família nega e condena tese de dívida com traficantes

Outra linha de investigação sugeria que Priscila poderia ter sido morta devido a supostas dívidas com traficantes relacionadas à compra de drogas. Essa teoria surgiu na extinta rede social Orkut, pouco tempo após o desaparecimento, mas foi completamente descartada pela polícia.

Mesmo assim, em 2007, uma mulher chamada Elaine Paiva da Silva se apresentou ao Ministério Público, afirmando que havia assassinado Priscila com quatro tiros a mando de um traficante, devido a uma dívida. A mulher chegou a acusar outras pessoas de envolvimento, levando à prisão de vários suspeitos. Ela também indicou o local onde o corpo de Priscila supostamente estaria, mas, ao chegarem ao local, os policiais não encontraram nada. Posteriormente, Elaine negou suas próprias confissões e todos os suspeitos foram soltos.

Vitor Belfort suspeita de óbito após aborto clandestino e posterior ocultação do cadáver

Vitor Belfort, por sua vez, levanta a possibilidade de que sua irmã tenha falecido em decorrência de um aborto clandestino. Isso porque, no dia de seu desaparecimento, Priscila teria marcado um encontro com seu então namorado, que foi a primeira pessoa a perceber que ela havia desaparecido. Ele informou a mãe de Priscila e Vitor, Jovita, que ela não havia chegado ao local combinado.

Nos três primeiros anos após o desaparecimento, o namorado também concordava com a hipótese de sequestro. No entanto, em uma entrevista ao programa Linha Direta, ele mudou sua versão e afirmou acreditar que Priscila teria ido embora por vontade própria. No dia em que desapareceu, Priscila havia relatado à família que estava com enjoos e cólicas, o que levou os parentes a suspeitarem de uma possível gravidez.

Para Vitor, pode ser que ela tenha tentado realizar um aborto e tenha falecido durante o procedimento, com seu corpo sendo ocultado para evitar incriminação, já que o aborto é ilegal no Brasil. “Na minha cabeça, hoje, é uma possibilidade ela ter ido abortar uma criança. Aconteceu alguma coisa errada e falaram: ‘Ninguém pode ser culpado’. É uma opção”, diz o lutador.