Estudo revela: apenas 22,6% das 84 novelas da Globo apresentaram personagens trans

A pesquisa indicou que, em suas primeiras representações, personagens transgêneros eram rotulados pela mídia como não convencionais e inusitados.

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Um estudo da Universidade Federal de Goiás (UFG) investigou a representação trans nas novelas da TV Globo, revelando que apenas 22,6% das 84 analisadas incluíam personagens trans. Destacou-se a novela A Força do Querer (2017), ao narrar a transição de Ivana para Ivan, pioneira na abordagem desse tema na TV aberta brasileira.

Observou-se uma evolução na compreensão da temática trans ao longo do tempo. Em 1995, a personagem Sarita Vitti, em Explode Coração, foi criticada pela imprensa. Hoje, no entanto, há maior aceitação.

Apenas 19 das 84 novelas da Globo apresentaram personagens transgêneros

Mauro Camelo, pesquisador, sugere que as novelas podem desempenhar um papel mais significativo na promoção da causa trans, advogando pela normalização das vivências e corpos trans nas tramas.

Insights sobre a transexualidade são oferecidos no livro Trans – Histórias reais que ajudam a entender a vida de pessoas transexuais desde a infância (Editora Globo).

Dr. Alexandre Saadeh, o autor, explica que a transexualidade tem origem durante a gestação, quando o órgão genital do feto se desenvolve antes da área cerebral responsável pela identidade de gênero.

A ciência explica a transexualidade

Na vida das pessoas transgênero, essa congruência não se manifesta: elas nascem com o órgão genital de um sexo, porém, com a identidade de gênero oposta. Um exemplo é o personagem Ivan, da novela A Força do Querer, cuja transição de gênero ilustra a experiência de muitas pessoas transgêneros na realidade. A trama em questão foi uma novela contemporânea que abordou temas como tráfico de drogas, infidelidade, vício em jogos e identidade de gênero.