A jornalista Izabella Camargo deu uma entrevista à revista Veja, contando detalhes sobre a síndrome de burneout, o convite para trabalhar no governo Bolsonaro e o estado de depressão que passou durante período difícil.
Ela foi demitida da TV Globo em outubro do ano passado, após voltar de licença-médica, onde se tratava da síndrome de burneout. Ela apresentava a previsão do tempo nos telejornais da madrugada e matinais da casa. Com uma jornada onde acordava as duas da manhã, as vezes até antes quando era necessário chegar cedo a emissora, ela acabou sofrendo com a doença, que afeta a saúde física e mental.
“Em 2015, ao me tornar apresentadora da previsão do tempo do Hora 1, nas madrugadas da Globo, senti os primeiros sintomas de uma doença que eu demoraria alguns anos para identificar e compreender”, explicou a jornalista.
Tentou de tudo para vencer a exaustão
Izabella contou que não conseguia dormir o suficiente para a recuperação física e mental. Tentou com meditação, florais, chá de camomila atenuar o problema, mas que nada disso resolveu.
A comunicadora revelou também que em 2016 fez uma cirurgia vascular e entrou em depressão. O psiquiatra indicou que ela tomasse antidepressivos, mas devido ao trabalho, não poderia entrar no ar apática e anestesiada.
Há outros profissionais da Globo que sofrem calados
Querida por profissionais do jornalismo da Globo até hoje, ela revelou que há funcionários do canal que sofrem calados com o problema, temendo retaliações caso descoberto. “Outras pessoas que trabalharam comigo passam pela mesma situação, mas sofrem caladas, com medo de retaliações”, disse.
Ela contou que hoje, felizmente está bem, mesmo continuando com uso de medicamentos e terapias. Em novembro, ela foi convidada pelo ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, para integrar a equipe de comunicação do ministério.