A batalha entre Jair Bolsonaro e a Rede Globo está esquentando os bastidores do novo governo. Respondendo ao suposto recado que a emissora teria repassado, por intermédio de seus apresentadores Luciano Huck e Fausto Silva, o presidente pretende agora atacar uma das grandes fontes geradoras de receitas e divisas da emissora carioca.
Trata-se do chamado ‘bônus de volume’, muito criticado e controverso, implementado na década de 1960, e que desde então defende a emissora. Isso permite a formalização de um certo instrumento que acabou promovendo a formação de um cartel no sistema de publicidade nacional, por onde se verifica a supremacia da Rede Globo sobre todas as outras emissoras.
O projeto já foi redigido, contando inclusive com o apoio de concorrentes da emissora, e vai ser apresentado no Congresso Nacional pelo deputado federal eleito pelo estado de São Paulo, Alexandre Frota, do PSL – mesmo partido do presidente Jair Messias Bolsonaro.
Marcelo de Carvalho, vice-presidente da RedeTV!, explica como funciona o chamado ‘bônus de volume’
A justificativa que se deu, lá atrás, para a criação do ‘bônus de volume’, foi um possível estímulo ao mercado publicitário. Marcelo de Carvalho, um dos maiores adversários, sócio da RedeTV!, classifica este instrumento como um ‘câncer’, sempre atacando de forma crítica.
Funciona da seguinte forma: o anunciante contrata uma determinada agência publicitária, a fim de divulgar o seu produto. Os veículos de comunicação pagam uma comissão para as agências, o ‘bônus de volume’, para que elas os escolham como destinatários da verba.
Os críticos indicam o clico vicioso que isso forma, fazendo com que o mais rico do país, que é a TV Aberta, mantenha o seu domínio sobre o montante destinado à publicidade, alimentando as agências com este bônus.
Jair Bolsonaro e sua análise crítica
O presidente afirmou que não conhecia esse instrumento e que, quando soube, ficou admirado e até mesmo assustado. Imediatamente, ele fez questão de se manifestar para dar um fim a essa prática.