Globo acena para evangélicos e toma decisão sobre Ramiro e Kelvin em Terra e Paixão

Emissora decidiu deixar romance entre os dois apenas nos sonhos de Kelvin.

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Os anseios de Ramiro, interpretado por Amaury Lorenzo, vêm se transformando em um intrigante atrativo na trama de Terra e Paixão. Durante as noites, esse peão permite que sua imaginação alce voo, materializando os desejos que, durante o dia, permanecem sufocados devido à presença de Kelvin, interpretado por Diego Martins.

Essa inusitada dinâmica tem conquistado o apreço do público e, com isso, abriu uma interessante oportunidade para os renomados roteiristas Walcyr Carrasco e Thelma Guedes explorarem ainda mais a narrativa, talvez até com a realização de um beijo entre os dois personagens, mas com os olhos bem abertos. As informações são do site Notícias da TV.

Globo toma cuidado com temas espinhosos

A Globo está cautelosa em relação ao impacto que temas progressistas podem ter sobre sua audiência evangélica. O neopentecostalismo tem crescido nos últimos anos e se destacam também como um grupo que assiste televisão.

A relação entre Ramiro e Kelvin, até o momento, se assemelhou a um discreto selinho, reminiscente da icônica cena de A Dama e o Vagabundo (1955), mas ainda não chegou aos patamares de intensidade das ardentes interações entre Caio, interpretado pelo ator Cauã Reymond, e Aline, vivida por Barbara Reis.

Devaneios noturnos para não afugentar a audiência

Os devaneios noturnos de Ramiro têm se estabelecido como uma das estratégias principais de Walcyr Carrasco e Thelma Guedes para mitigar possíveis resistências por parte do público. A novela das nove da Globo mantém uma audiência estável, com uma margem de três pontos acima da média da antecessora Travessia (2022).

Mesmo assim, Carrasco e Thelma optaram por incorporar elementos de comédia pastelão, uma especialidade do autor de Êta Mundo Bom! (2016), para guiar o romance entre Kelvin e Ramiro. No entanto, é importante notar que Terra e Paixão é essencialmente um drama clássico, o que limita a amplitude das licenças poéticas quando comparado à trama de 2016, por exemplo.