Balanço da primeira parte de Crise nas Infinitas Terras

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Passados os três primeiros capítulos de Crise nas Infinitas Terras, existe um balanço meio equilibrado de tudo que aconteceu nessa primeira metade, visto que 2020 trará os dois capítulos finais a serem exibidos no mesmo dia em DC Legends of Tomorrow e Arrow. Não à toa, as duas séries que devem ser mais impactadas com os acontecimentos tidos em Crise nas Infinitas Terras.  

O ponto positivo do saldo seria no sentido de harmonização. O telespectador, seja dos seriados ou dos filmes, acostumou-se a ver diversos atores performando papéis iguais ou similares ao mesmo tempo, em mundos que existem simultaneamente nos quadrinhos, mas que nem sempre se falavam nas telas. O Arrowverse, como ficou sendo chamado o mundo das séries derivadas do Arqueiro Verde, trouxe uma conexão entre alguns desses personagens, deixando outros de fora.

Se Arqueiro, Flash, Supergirl e os heróis de Legends compartilhavam um universo,  os Titãs, o jovem Bruce Wayne de Gotham, Raio Negro, e Lucifer, habitam outros universos. E tudo que se passava nos cinemas então, nem se fala. E isso foi explicado quando se mostra o universo 66 (ano da série de TV do Batman), o universo 89 (do filme de Tim Burton), universo 90 (do outro Flash),  universo 666 (Lucifer), e por aí vai. OU seja, pode existir um Flash e um Superman e um Batman de cada ator, e está tudo bem. Ou não, dependendo do final da Crise. 

Já o ponto negativo é a narrativa. Fica a impressão que ela ficou em segundo plano. Especialmente no segundo ato, sendo recuperada de leve no terceiro. Parece que o foco foi trazer o maior número possível de personagens e referências, independente da importância para a história em geral. Tipo o uso do Superman de Smallville – totalmente sem propósito narrativo, diferente do Lúcifer, que foi um fio condutor na história e que conversa, ainda que de modo transverso, com a história original dos quadrinhos. Crise não é uma história fácil de entender, e nem trazendo o roteirista original, Marv Wolfman, a DC Warner está conseguindo fazer isso, nem com a liberdade que a transposição de mídia oferece. 

Sobraram aí dois atos para explicar exatamente de onde vem Monitor e seu nêmeses, quem vive e quem morre, e qual(is) Terra(s) vão sobrar após o final do evento. E quais séries e heróis, aliás, e se haverá integração cinema-TV ou se seguirão, como é provável, separados. Em resumo, a pergunta que fica ao final da primeira parte de Crise é se será oferecida uma boa história ou se somente será feito um serviço para agradar os fãs, entregando algo que em pouco tempo será esquecido, diferente dos resultados obtidos pela Marvel e que a DC parece teimar em tentar replicar sem nenhum sucesso.