Guardiões da Galaxia 3 é a Magna Opus de James Gunn

Filme sobre a desastrada equipe traz mensagem universal e a prova do brilhantismo do Cineasta

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Todo início tem seu fim. E assim o é com os Guardiões da Galáxia. O primeiro filme era totalmente desacreditado, e trazia uma equipe B ao centro do Universo Cinematográfico Marcel – MCU, povoado das lendas da era de ouro dos quadrinhos.  Mas James Gunn, de fininho e sem ninguém perceber, fez dessa uma equipe mais amada e com mais engajamento que os vingadores. Pelo simples motivo de que era composta por indivíduos falhos, a maior expressão humana, independente de suas origens.

Assim, Guardiões da Galáxia 3 é a derradeira trilogia da Marvel Studios, tudo porque funciona como filme individualmente e como sequência de filmes, sem exigir aquela dedicação de ter visto 20 filmes anteriores para se entender quem, porque e onde. Gunn parece ter alcançado o impossível ao situar o filme no meio da cronologia do MCU e totalmente isenta dessa. Diferente de Guerra Civil ou Raganork, que são títulos divididos. GG3 fala do amor e da família dos guardiões no que provavelmente é o filme mais sensível de heróis entre as dezenas já vistas.

Em Guardiões 3 existe uma luta por salvar Rockett. E durante essa luta o espectador tem a chance de conhecer sua origem e o motivo de suas dores. Nunca um dublador alcançou um patamar tão elevador de atuação com Bradley Cooper nesse longa. Se torna virtualmente impossível não chorar diante de uma ficção que poderia ser tão bizarra, mas que na verdade é extremamente comovente. Conceitos como família, aceitação, superação e crescimento são a tônica do filme. Mas não deveria ser um filme de heróis?

Outro grande mérito da produção é ter um bom vilão, algo que a Casa das Ideias estava devendo desde Thanos. O Alto Evolucionário é cruel, megalomaníaco, e embora tenha até alguma justificativa para seus métodos bárbaros, nada impede sua caracterização como um vilão com “V” maiúsculo.

A busca pela conciliação com o passado traz GG3 ao coração de qualquer existência humana, bem como a luta por quem se ama. Impossível não se identificar. E tudo isso acontece diante da apresentação de um grande vilão e um grande Herói dos gibis, com aquela eloquência sutil típica de James e sua família (já que irmão e esposa participam ativamente do filme).

A divisão do tempo de tela e a importância dada a cada personagem ajuda a construir um conceito de família escolhida que o filme explora desde a primeira aparição dos personagens, e faz questão de resgatar aqueles caídos pelo caminho. Guardiões da Galáxia encerra de maneira brilhante o passado da equipe e deixa portas abertas para novas aventuras, com novos e antigos personagens que se destacaram dentro e fora da franquia, mas certamente dentro do coração de cada expectador, no filme mais maduro e sensível do MCU até agora.