Sikêra Jr pode ser preso por ofensas racistas; Ministério Público Federal pode colocar o apresentador atrás das grades

Apresentador é acusado de ofender uma mulher negra por duas vezes e poderá ser preso.

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Nesta quinta-feira (02), o Ministério Público Federal da Paraíba entrou na Justiça com um pedido de prisão contra o apresentador Sikêra Jr. O MPF já ajuizou a ação civil pública. O motivo da prisão do apresentador da RedeTV é devido às ofensas que ele fez a uma mulher negra. Isso aconteceu em 2018, em um programa local que Sikêra Jr comandava na época.

Outra solicitação feita pelo MPF-PB é que o comunicador pague uma indenização de R$ 200 mil à vítima e mais R$ 2 milhões de indenização a entidades feministas. Ainda não há previsão para a apreciação dessa ação, que será julgada na 16ª Vara Federal no estado da Paraíba.

A expectativa é que esse caso venha a se tornar um exemplo, para que outros comunicadores não fiquem abusando da liberdade de expressão em programas de televisão – ou outros meio de comunicação.

Apresentador ofendeu mulher negra

Em 2018, Sikêra Jr estava na TV Arapuan, que é afiliada da RedeTV, comandando o Cidade em Ação. Ele chegou a ofender uma mulher negra por duas vezes. Na época ela foi presa, acusada de tráfico de drogas, e o comunicador chegou a chamá-la de ‘sebosa’.

Um dia depois, o apresentador voltou a ofender esta mulher quando apresentava uma matéria, afirmando que ela era ‘ventra de jumenta’. Assim que o MPF-PB denunciou o caso, teve início um monitoramento do programa.

MPF acusa Sikêra de extrapolar limites da liberdade

Ainda em 2018, o órgão fez um Termo de Ajustamento de Conduta com a TV Arapuan, só que prática não surtiu efeito algum. No ano seguinte, Sikêra deixou a empresa, indo para a TV A Crítica, em Manaus, onde passou a apresentar o Alerta Nacional.

O Ministério Público Federal acusa o comunicar de extrapolar “os limites da liberdade de expressão ao incitar, inflamar e propagar discurso de ódio com atos de discriminação por gênero, preconceito, exclusão e estigmatização, violentando a dignidade humana e cometendo ofensas raciais contra mulheres negras“.