Morre a drag queen Kaká di Polly: ela desafiou a polícia na Parada Gay e deitou na avenida Paulista

Kaká era uma pessoa ousada e à frente do seu tempo, por isso sempre inspirou a todos ao seu lado.

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Morreu nesta última segunda-feira (23), a drag queen Kaká di Polly, que era um dos maiores ícones do ativismo LGBTQIAP+. Ela chegou a votar em Jair Bolsonaro, mas depois se mostrou profundamente arrependida.

A drag queen lutou pelos direitos civis e chegou a deitar-se na avenida Paulista na tentativa de impedir os policiais de barrarem a 1ª Parada Gay realizada na cidade. Kaká di Polly colocou a vida em risco, mas depois foi muito elogiada.

E foi graças a esta atitude de lutar contra a repressão que o evento pode ser realizado. Hoje, a Parada Gay em São Paulo é considerada uma das maiores manifestações pacíficas não só do país, mas do mundo, pois recebe milhões de pessoas.

Era sempre comparada a Divine

Kaká di Polly também ficou famosa no cenário noturno, pois foi uma das primeiras drags do Brasil. 

Por diversas vezes foi comparada com Divine, a drag-atriz norte-americana. Essa comparação acontecia não só pela semelhança física, mas também pela determinação em lutar contra o conservadorismo e mostrar que todos têm direitos iguais.

E foi essa representatividade de Kaká que encorajou diversos transexuais e também homens cis, que passaram a se apresentar em shows e eventos. Alguns faziam por descontração, porque gostavam mesmo, e outros fizeram disso sua profissão.

Kaká chegou a ir ao Programa do Jô

Kaká di Polly é considerada uma verdadeira desbravadora da sociedade em uma época em que quase não havia tolerância. Sua atuação política e no cenário artístico fez dela uma pessoa respeitada e inspiradora.

Por diversas vezes deu entrevistas à TV, indo inclusive na Globo como convidada no Programa do Jô. Essa entrevista deu a Kaká ainda mais visibilidade, pois ela pode se apresentar para milhões de pessoas que ainda não tinham ouvido falar sobre seu trabalho.