Desde 2016, o alagoano e cirurgião plástico Bruno Montenegro concilia a rotina de cirurgias entre os Emirados Árabes e o Brasil. O médico conta que optou pela ponte aérea e a mudança de fuso horário em busca de novas tecnologias e aperfeiçoamento da medicina humanizada para resgatar a autoestima dos pacientes.
Inicialmente, durante a rotina de conciliar a profissão entre os dois países, o cirurgião relata que a tarefa mais difícil foi se adaptar ao fuso horário de 7 horas.
“Olha, eu costumava acordar no meio da madrugada fora do Brasil. Essa foi a maior e única dificuldade da mudança. Mas, isso é um pequeno detalhe diante do meu trabalho fora, que me fez abrir mais a cabeça, a ter conexão com outros cirurgiões, que têm uma experiência diferente da minha. Então eu sempre levava coisas do Brasil pra lá e vice-versa, seja as experiências do meu país ou as tecnologias disponíveis nos Emirados Árabes. É uma troca mútua”, relata.
Para Bruno Montenegro, a medicina no Brasil é um bom produto de exportação, onde o médico brasileiro tem uma dedicação e um compromisso com o paciente que não é tão comum de se ver fora do país.
“A experiência em Dubai me permitiu ter acesso a tecnologias que só surgiram no Brasil depois de alguns anos, mas quando surgiram por aqui, foram logo incorporadas na minha prática”, afirma.
Como aliado das novas tecnologias, o cirurgião diz que, para personalizar as cirurgias, escuta os pacientes com atenção e de forma individual. “Ofereço, nos Emirados Árabes, o clássico jeito brasileiro de cuidar das pessoas. Isso é muito valorizado lá. A medicina me permite escutar e cuidar dos pacientes de perto. Eu e minha equipe temos esse diferencial”.
Por priorizar as necessidades individuais e a segurança das pessoas, no auge da pandemia, com a clínica, hospitais e Dubai fechados, Bruno se dedicou aos estudos e se preparou para retornar aos Emirados Árabes. “Dubai reabriu mais rápido e com segurança. Tão logo que fizeram a abertura, retornei para lá e reiniciei os procedimentos e só depois, quando tive a certeza e a segurança que meus pacientes também ficariam bem no Brasil, reabri a clínica em Alagoas”.
Mesmo enfrentando o fuso horário e a pandemia, a experiência nos dois países, ainda segundo Montenegro, permitiu um intercâmbio de conhecimento com cirurgiões com experiências diferentes.
“São médicos e amigos que estão sempre dispostos a ajudar. Posso dizer que, hoje, eu me sinto feliz em Maceió. Conseguimos chegar a um ponto de ter um conjunto mais completo que qualquer clínica de cirurgia plástica dos Emirados Árabes. Houve uma união do jeito brasileiro de ser médico, com tecnologias para uso em cirurgia e para um pós operatório adequado. Minha obrigação é continuar neste processo contínuo de aperfeiçoamento e colaborar com os meus colegas para que a cirurgia plástica brasileira volte a ser protagonista mundial”, finaliza o médico.