A advogada criminalista e influenciadora digital Deolane Bezerra é o centro de dois inquéritos policiais deflagrados pela Polícia Civil do Estado de São Paulo. As suspeitas são de envolvimento com o crime organizado e de fraudes aplicadas contra os cofres públicos mediante sonegação fiscal.
De acordo com relatório elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, a empresa Bezerra Publicidade, de Deolane em sociedade com suas irmãs, Daiane e Daniele – que também são investigadas – teria movimentado entre maio de 2021 a maio de 2022 a quantia de 13 milhões de reais. O valor representa quase o triplo do permitido pelo Simples Nacional, fixado na ordem de 4,8 milhões de reais.
A investigação também repousa nas compras de automóveis, por Deolane Bezerra, de pessoas ligadas às empresas de ônibus Upbus e Qualibus, ambas geridas por integrantes do Primeiro Comando da Capital, o PCC, principal facção criminosa atuante no Estado de São Paulo.
Existem, ainda, suspeitas de crimes cometidos contra as relações de consumo. Isso, pois Deolane Bezerra divulgou em suas redes sociais propagandas de casas de apostas, com promessas de serem muito rentáveis. Em sua defesa, conforme apurado em recentes entrevistas e declarações públicas, a advogada garante que atuou apenas como “garota propaganda”. Para a Polícia Civil, porém, a verdade é outra. A influenciadora digital seria uma sócia de fato dos referidos empreendimentos, haja vista que, pela venda dos produtos, auferia porcentagem em dinheiro.
Para além das insinuações de Deolane Bezerra no sentido de que sua fortuna seja decorrente de contratos publicitários, as autoridades públicas acreditam na existência de indícios de ligação da advogada criminalista com o tráfico de drogas. Consequentemente, parte da fortuna construída pela famosa nos últimos anos pode ser resultado “de atividade destinada ao branqueamento de dinheiro oriundo do tráfico de drogas”.
Fato é que, para além das suspeitas de envolvimento nos crimes descritos, Deolane Bezerra desperta fortes indícios de sonegação fiscal. À Receita Federal do Brasil, declarou rendimentos na ordem de R$ 67.026,32 – considerados incompatíveis com o padrão de vida luxuoso que ostenta nas redes sociais.
