Riverdale tem segunda temporada com pouca identidade

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Iluminado pelas brilhantes cores Neon que marcam a identidade visual da série, a segunda temporada de Riverdale tenta ser ‘mais’: mais longa, mais chamativa e mais impactante. Conseguiu ser mais longa e mais enfadonha, quase duas temporadas em uma. Tudo começa no último episódio da primeira temporada, quando um importante personagem é baleado na icônica lanchonete do Pop por um homem de capuz preto. Tem início a saga do capuz preto. 

O arco narrativo do capuz preto é interessante e divertido, e fornece aquele elemento Scooby-doo que dá todo um toque especial à série, permitindo ao quarteto protagonista seguir pistas, meter-se onde não é chamado e, em algum momento, até mesmo pegar o vilão. Mas não se pode esquecer que a maldição da segunda temporada é mais forte que a maldição da família Blossom, e Riverdale não está imune.

Ainda que a maioria das coisas boas tenha sido mantida, como a trilha sonora, iluminação, cenografia e uma boa direção e produção de cenas, o enredo e narrativa sofrem uma brusca queda de qualidade e se perdem em arcos fúteis, com descaracterização de personagens.

Quem mais sofre com isso é o protagonista da série, que após conseguir a simpatia na primeira temporada, transforma-se em um personagem absolutamente bobo, manipulável e irritante. O envolvimento de Archie em questões políticas descaracteriza os personagens e esgota a simpatia acumulada, tornando insuportável.

Algo parecido acontece com Verônica, que deixa de ter aquele jeito apimentado do bem e passa a ser só uma tentativa de sacana manipuladora, o que torna o casal detestável, e não do tipo de vilão que se gosta de odiar. Até a Cheryl, a louca ruiva, é mais legal que o casal de protagonistas. Isso deixa a bomba toda para Jughead e Betty, que por sorte conseguem segurar bem a peteca e existem desenvolvimentos interessantes para os Serpentes, bem como alguns novos personagens interessantes como, Tony Topaz, a serpente ruiva. 

Em um primeiro momento, o problema da segunda temporada de Riverdale seria a sua tentativa de ser uma série de política ou mafiosos, mas vai além disso. É a falta de definição da identidade que prejudica a primeira série, que claramente pode ser dividida em duas: uma primeira metade boa, e a segunda metade esquizofrênica, chegando ao ponto de tentar imitar Glee em um sofrível episódio pseudo-musical. 

Resumindo, vale ser vista essa segunda temporada, mas com ressalvas, pois ainda que fosse série teen, conseguia agradar um público 20+. Contudo, se permanecer nessa falta de identidade em seu terceiro ato, pode acabar perdendo boa parte de seu cativo público.