De acordo com advogados consultados pelo jornal Folha de S. Paulo, Gusttavo Lima não pode ser responsabilizado na Justiça pelo fato de ter sido contratado para uma apresentação em Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, com dinheiro desviado de verbas públicas.
O sertanejo cobra R$ 1,2 milhão por show, por isso, para que ele se apresentasse na 32ª Cavalgada Jubileu do Senhor Bom Jesus, a prefeitura acabou empenhando recursos que só poderiam ser usados nas áreas da educação, saúde, ambiente e infraestrutura.
Para comentar o caso, o presidente da Comissão de Direito Eleitoral do Iasp, Fernando Neisser, afirma não parecer responsabilidade do artista saber qual o tipo de verba que está sendo usada para pagar o cachê do show, e se a mesma poderia ser usada para tal finalidade.
Ao ver de Fernando, toda a questão não é jurídica, mas sim, política. O advogado expressou, ainda, sua opinião, dizendo achar um “absurdo” artistas que cobram um alto cachê aceitarem se apresentar em eventos bancados por prefeituras de pequenas cidades, que possuem um orçamento limitado, algo que, ao ver de Neisser, não acontece com shows contratados por grandes cidades, como São Paulo e Belo Horizonte.
O advogado destaca não fazer sentido usar o orçamento público para essa finalidade em cidades pequenas, como é o caso de Conceição do Mato Dentro, a 160 quilômetros da capital mineira. Além disso, ele ressalta ainda achar isso uma irresponsabilidade, não judicialmente, mas sim no sentido leigo, já que assim acabam contribuindo sabendo que esse tipo de evento integra uma política de pão e circo, onde dirigentes políticos simplesmente queimam o orçamento da cidade no intuito de ganhar votos, principalmente com a proximidade do período eleitoral.