O influencer e hotelier Pedro Richardson comentou que muitos aspirantes a nômades digitais não se preparam para os desafios que vêm com esse estilo de vida e depois sofrem com a saúde mental. É importante estar em sintonia consigo mesmo, entender que não há problema em sentir-se vulnerável e que está tudo bem não estar sempre bem.
Num mundo em que só se mostra o lado positivo da vida, principalmente nas redes sociais, o viajante profissional conta como lida com tais situações.
“É importante não colocar tanta pressão sobre si mesmo ao decidir trabalhar pela a internet enquanto viaja, e saber dar um passo para trás sempre que necessário. Já lutei contra a ansiedade quando trabalhava dentro de um hotel, e hoje que vivo viajando em tempo integral ainda luto contra ela. É claro que aprendi a filtrar o que vejo na internet e a lidar com críticas online e na vida real. Viajar o tempo todo é maravilhoso, mas também traz muitos desafios e pouca gente pensa nisso”.
Pedro conta que o que lhe ajuda é ter uma boa rede de apoio e estabelecer uma boa rotina mental. “Se estou tendo um dia complicado, seja por empecilhos com relação a alguma viagem, um destino ou coisas normais do dia a dia, dar um passo para trás e conversar com algum amigo ou familiar me ajuda muito”, comenta. “Fazer exercícios físicos com frequência ou simplesmente me desligar da internet por uns dias também me ajudam a lidar com a ansiedade”.
Como conselho a aspirantes a nômades digitais, Pedro alerta que as pessoas devem levar em consideração que o que se vê nas redes sociais é apenas 1% da realidade.
“Também recomendo que façam um bom planejamento, pesquisem e procurem ter uma rotina quando cheguem em seus destinos. Ao contrário do que muitos pensam, viajar full time não é fácil, por isso é importante ter seu próprio espaço para recarregar as baterias físicas e emocionais”.
“Algumas pessoas largam tudo para trás para viver o sonho de viajar em tempo integral, sem levar em consideração a parte ‘vida real’, da coisa. Você tem que trabalhar online, muitas vezes em condições pouco favoráveis, tem que lidar com culturas muito diferentes da nossa e muitas vezes em lugares onde ninguém fala inglês”, diz Pedro, que é poliglota e conhece 112 países. “A realidade de morar por meses num país exótico é muito diferente de passar férias de duas semanas”.
“Mas assim como é importante estar em forma fisicamente para evitar doenças enquanto ‘na estrada’, um bom planejamento e gestão das próprias expectativas ajudam a manter a boa saúde mental. O bem-estar mental e psicológico vão te ajudar a aproveitar melhor sua experiência como nômade digital. Seja criativo, tente aprender o básico da língua de onde estiver. Dessa forma, fica mais fácil lidar com momentos difíceis na parte pessoal e profissional”, conclui Pedro Richardson.