O Conto da Aia tem June partindo para o ataque na terceira temporada

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June é uma criatura interessante e irritante ao mesmo tempo; e vem provando isso ao longo das duas intensas temporadas de The Handmaid’s Tale, chegando a irritar tanto os demais personagens quanto os próprios espectadores. Contudo, a terceira temporada mostra uma June mais incisiva e sombria, buscando alçar voos maiores depois de ter entendido o jogo ao tirar a filha mais nova de Gilead.

Não é a toa que a mídia especializada tem visto essa terceira temporada como cheia de mensagens políticas, uma vez que a classe artística tem se rebelado contra a atual presidência norte americana; ainda que nenhuma série tenha sido tão incisiva como American Horror History, na qual a eleição de Trump foi correlacionada a um desastre nuclear. Mas Gilead e sua visão míope e totalitária estão sob ataque interno e externo; e June é parte fundamental disso.

Atuando quase como uma Joana D`Arc moderna, June começa a lutar brigas maiores que si mesma, e esse arco narrativo eclode justamente no absurdamente dramático e intenso final da terceira temporada – certamente o maior momento do seriado até agora. Para isso, ela manipula todos ao seu redor, sejam amigos, inimigos, amantes ou pessoas com poder. June não quer ser mais OFF nada, quer ser OffGilead, e acabar com esse sistema. A atuação da atriz Elisabeth Singleton Moss, que já havia sido aclamada nas temporadas anteriores, chega ao ápice de sua interpretação ao fazer uma June fria e calculista, jogando o jogo melhor que qualquer comandante.

A terceira temporada do Conto da Aia desponta como uma grande favorita às premiações, tanto na série quanto em um todo por sua dramaticidade atual, como na soberba atuação de Elizabeth, que acaba ofuscando todos os demais atores, que, contudo, mostram-se muito bem nesse xadrez geopolítico que permeia o viciante seriado. E que venha a quarta temporada.