A Netflix parece ter encontrado sua fórmula certeira de sucessos: o resgate das comédias românticas. E encontrou também seu garoto propaganda na figura de Noah Centineo, que já estrelou outros longas da produtora, todos nesse gênero de filme. No caso de Deslize, o filme conta a história de um jovem que, por conta da pressão de seu colega de quarto, cria um aplicativo de encontros como projeto da faculdade, enquanto permanece anônimo e vê toda a confusão que seu app provoca.
Diferente dos outros filmes, aqui Centieno é um protagonista de segundo plano, com um caráter bem duvidoso e sem ter um personagem marcante ou mesmo simpático, fazendo um papel bem aproveitador e machista. Não se questiona o charme ou a presença de tela de Centineo, mas ficou devendo e mostrou que ele não é cartada certa se não tiver um bom roteiro, como é o caso de Deslize, que realmente não inova nem na premissa, nem nas piadas ou em qualquer outro aspecto.
A fórmula utilizada foi muito parecida com as demais, mas não há verdadeiramente nada que salve no filme. Os novos rostos são facilmente esquecíveis, o astro passa desapercebido e o filme se vale de uma discussão rasa e machista para tentar uma reviravolta de empoderamento feminino ao final. Não convenceu nem na premissa, nem na conclusão, e dificilmente terá atingido alguma grande mensagem.
Fica a lição para a Netflix que filmes adolescentes e comédias românticas são geralmente terrenos escorregadios para se tentar tirar algum proveito maior em termos de moral e narrativa superior, e que ao tentar conseguir divertir e fazer pensar, nenhum objetivo foi alcançado e que Deslize acaba fazendo jus ao nome, estando fadado a um fracasso próximo e ao esquecimento imediato.