A cúpula da TV Globo tem se reunido ao longo dessa edição e estuda a possibilidade de voltar com as próximas edições do Big Brother Brasil selecionando apenas pessoas anônimas para a próxima edição do reality. Isso porque foi avaliado que os famosos não seriam fiéis ao cumprimento de cláusulas contratuais, dado o interesse final em suas carreiras.
O primeiro desconforto aconteceu com a participante do BBB 20, a Boca Rosa, que resultou num processo milionário entre a ex-BBB e a emissora. Boca Rosa teria omitido à emissora a veiculação da sua imagem em outro reality antes de entrar na casa. Já no BBB 21, o jurídico de dois participantes famosos ameaçou processar o veículo por danos à carreira dos seus clientes.
Medo de processos após vazamento de áudio
Numa dessas reuniões traçadas entre executivos globais para discutir a questão, o vazamento do áudio entre Boninho e Projota foi considerado inadmissível. Isso porque os famosos assinaram um termo de contrato se responsabilizando por quaisquer consequências em suas carreiras a partir das suas próprias atitudes dentro da casa mais vigiada do Brasil.
Entretanto, o jurídico de um dos brothers entrou em contato com a emissora e ameaçou processar a Globo. Em seus argumentos, foi colocado que a cláusula só valeria se o jogo não tivesse interferência e manipulação da direção com os participantes da casa.
Projota, por exemplo, ao sentir que algo ruim pudesse estar ocorrendo com sua carreira fora da casa foi ao confessionário e pediu para deixar a competição. Entretanto, omitindo que o filme do cantor estaria sendo queimado fora da casa com impacto direto em sua carreira, Boninho orientou o cantor a permanecer no jogo e disse que “estava tudo bem”.
A mesma atitude foi tomada em relação a Karol Conká, que também teria manifestado interesse em deixar a competição após sua briga com a atriz Carla Diaz. Ela teria levado ao confessionário o medo de estar sendo cancelada fora da casa e também foi incentivada a ficar. A cantora mesmo declarou no jogo que “conversou com pessoas grandes do jogo no confessionário”, e que foi dito a ela que não se preocupasse, pois ela não seria julgada por apenas uma atitude isolada e desconfortável dentro da competição.
Executivos avaliam ser perigosa a estratégia de colocar famosos dentro da casa, uma vez que existe, após o vazamento dos áudios, a possibilidade de receberem processos em face do direcionamento que receberam dentro do jogo, o que teria induzido alguns participantes a não tomarem suas próprias decisões a partir dos seus próprios posicionamentos e reflexões independentes. Após o comunicado enviado à emissora pelo jurídico de um participante, coincidentemente o diretor do reality, Boninho, fez uma declaração pública de que “ficaria tudo bem” com a carreira da Karol Conká.