Após o auge da crise política do país, em que a maioria das pessoas se dividiram entre direita e esquerda, muita coisa aconteceu. Inclusive, muitos do que apoiaram a eleição do atual presidente da República, Jair Bolsonaro, hoje são críticos ferrenhos de seu governo, como Alexandre Frota, Joice Hasselmann, integrantes do MBL, entre outros.
Daqueles que continuam na base de apoio do presidente e de seus filhos políticos, muitos tem se envolvido em algumas polêmicas que não se limitam ao caso de Sara Winter. Karol Eller, prima da cantora Cássia Eller, surgiu em 2016 como defensora da família Bolsonaro e gravou um vídeo fazendo as pazes com Marco Feliciano, a quem ela criticava pelas falas ácidas do religioso e um projeto de lei criado pelo mesmo e que foi apelidado de cura gay.
Desde então, Karol ganhou fama dentre os eleitores do presidente e se tornou influenciadora digital, estando constantemente defendendo o presidente e seus filhos de acusações e criticando causas que ela não aprovava, como a Parada Gay e o próprio movimento LGBT. Também dizia que era para os homossexuais pararem de “mimimi” ao dizerem que gays eram assassinados ou agredidos por homofobia.
Karol é lésbica assumida e a família Bolsonaro sempre elogiou seu apoio em uma época que Jair era acusado de homofobia pelo eleitorado devido algumas declarações públicas.
Karol viveu alguns anos nos Estados Unidos, mas decidiu retornar ao Brasil. Em 2019, surgiu nas redes sociais com o rosto ferido dizendo que foi vítima de homofobia e agredida por um homem.
A partir de seu relato, artistas LGBT, incluindo atrizes da TV Globo, bem como o próprio movimento da causa que ela tanta criticava, conferiram apoio a influenciadora pelas redes sociais. Poucos dias depois do ocorrido a polícia civil declarou que analisou as imagens de segurança do momento da agressão, além de ouvir testemunhas, e que a declaração de Karol era falsa.
Karol acusou o homem de lhe desferir socos que a deixou com o rosto ferido, mas as imagens mostraram que Karol caiu sozinha, bateu o rosto no chão e ficou desacordada e foi desta queda que surgiram os hematomas.
As investigações concluíram que ela começou a agredir o rapaz, que havia pedido para ela guardar uma arma de fogo que estava exibindo e alisando em um local público. A arma seria de sua namorada, que seria policial civil.
De vítima, Karol passou a ser ré por porte ilegal de arma e denunciação caluniosa em denúncia aceita pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em julho de 2020. O Tribunal de Justiça pediu o arquivamento da acusação contra o homem que Karol disse que lhe agrediu. Atualmente ela continua nas redes sociais voltadas para apoio ao governo e até o começo de 2020, ainda insistia em sua versão dos fatos sobre as agressões.
Não há informações sobre quando a influenciadora seria julgada pelos crimes que responde processualmente.
De acordo com o código penal brasileiro, as penas para os crimes a que Karol responde criminalmente são de 2 a 8 anos de reclusão para denunciação caluniosa, e de 3 a 6 anos de reclusão para porte ilegal de arma. Após a polêmica, o governo e os deputados da família Bolsonaro optaram por não comentar o caso.
Ainda de acordo com a revista Istóe, Karol também responderá por lesão corporal, que possui penalidade mais branda: três meses a um ano de detenção.