A marca Bombril, especialista no ramo dos produtos de limpeza, virou alvo de polêmica recente ao lançar uma nova esponja de aço inox, batizada comercialmente por Krespinha. Desde então, pelas redes sociais, muitos internautas estão tachando a empresa por racista, uma vez que tal campanha publicitária estaria ressurgindo uma antiga associação existente entre a marca e o cabelo das pessoas negras.
Âncora da CNN Brasil desabafa ao vivo
As críticas saíram das redes sociais e foram parar na televisão, graças à jornalista Luciana Barreto, âncora da emissora de notícias CNN Brasil. Ela recordou que na infância, tanto nos tempos passados quanto nos dias atuais, eram comuns as brincadeiras ofensivas nas quais as meninas negras eram chamadas de “cabelo Bombril”.
Com a nova campanha publicitária da esponja de aço-inox Krespinha, o cunho pejorativo da associação entre o cabelo das pessoas negras e o produto da empresa volta a ganhar força. “Agora as pessoas voltam a ser ofendidas por ter seus próprios cabelos, que são da sua natureza, com uma forma de pejorativa de ser chamado. Isso faz parte do racismo estrutural“, explicou a jornalista.
Os graves problemas do racismo estrutural
Luciana recordou ainda que os efeitos do racismo, sobretudo desde cedo, na primeira infância, são causadores de graves agressões, sobretudo para as crianças, que passam a ter uma visão deturbada sobre suas próprias belezas corpóreas.
“Odiar seu próprio corpo, odiar sua própria cor, odiar seu próprio cabelo. E isso está no mercado de trabalho, no que você é aceito, como você é aceito ou não. Não é permitido racismo, porque é crime”, completou a apresentadora da CNN Brasil em seu desabafo.