Em meio à polêmica de Zezé com o SBT, vem à tona presente que Bolsonaro deu para a Globo

Jair Bolsonaro deu presentão para a Globo faltando poucos dias para o fim de seu mandato, em 2022.

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A onda de críticas e tentativas de cancelamento contra o SBT e a família Abravanel, promovida por setores da direita nas redes sociais, reacendeu debates sobre a relação histórica entre governos e grandes emissoras de televisão. A reação ocorreu após a presença do presidente Lula, da primeira-dama Janja e do ministro Alexandre de Moraes em um evento na sede da emissora.

Para compreender esse movimento, é necessário lembrar o que ocorreu no dia 20 de dezembro de 2022. Naquela data, o então presidente Jair Bolsonaro surpreendeu aliados e adversários ao assinar a renovação da concessão pública da Globo por mais 15 anos, a apenas dez dias do fim de seu mandato.

Bolsonaro x Globo

Durante seus quatro anos à frente do Palácio do Planalto, Bolsonaro fez críticas recorrentes à emissora da família Marinho e chegou a sugerir que poderia não renovar a outorga. Ainda assim, optou por assinar o decreto no Diário Oficial, gesto que foi interpretado nos bastidores como uma tentativa de manter pontes com o maior grupo de comunicação do país.

Troca de favores

A decisão evidenciou uma lógica recorrente na relação entre poder político e grandes veículos de mídia. Presidentes buscam visibilidade e legitimidade, enquanto emissoras dependem da estabilidade institucional e das verbas publicitárias do governo federal para manter seus negócios.

Essa estratégia de autopreservação não é exclusiva da Globo. O mesmo comportamento foi adotado por Silvio Santos ao longo da história do SBT e, agora, por suas herdeiras. A relação pragmática entre política e mídia atravessa ideologias e partidos, enquanto o verdadeiro jogo de poder acontece longe das redes sociais, nos bastidores.