Ratinho é processado por ex-bailarina de seu programa: ela pede na Justiça uma indenização milionária

O apresentador do SBT alega que tudo não passou de uma brincadeira em seu programa.

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A ex-bailarina Cíntia Cristina de Mello moveu uma ação contra o apresentador Ratinho e o SBT após um comentário feito no Programa do Ratinho em abril de 2024. A dançarina acusa o comunicador de ter proferido uma fala de cunho racista ao vivo durante a atração.

A repercussão do caso teria gerado humilhação nacional para a artista e uma série de ataques em suas redes sociais. Por isso, ela recorreu à Justiça para buscar reparação pelos danos sofridos.

Cíntia pede indenização de R$ 2 milhões por danos morais devido ao constrangimento público. Ela também exige que o apresentador e a emissora publiquem a íntegra da decisão judicial em veículos de grande circulação. A bailarina afirma que a situação ultrapassou todos os limites, e o ocorrido não pode ser tratado como mero entretenimento.

Ratinho alega que foi só uma brincadeira

Em sua defesa, Ratinho e o SBT negam a intenção discriminatória e alegam que o ocorrido foi uma brincadeira habitual do formato humorístico do programa. A defesa do apresentador sustenta que a ex-funcionária teria dito inicialmente não se sentir ofendida, acusando-a de inflar o valor da solicitação.

O juiz responsável pelo caso delimitou que serão analisadas a conduta discriminatória, o dano moral sofrido pela bailarina e a necessidade de retratação pública. Uma tentativa de conciliação foi realizada em julho de 2025, no CEJUSC, mas terminou sem que as partes chegassem a um acordo. O fracasso na conciliação levou o processo para uma fase de instrução mais delicada.

Audiência de instrução e julgamento

A Justiça de São Paulo marcou a audiência de instrução e julgamento para janeiro de 2026. Serão ouvidos formalmente Ratinho, os representantes do SBT e todas as testemunhas indicadas. A emissora também foi intimada a apresentar comprovação do pagamento do conciliador, sob pena de inscrição em dívida ativa.

Com a definição da audiência e a autorização para produção de provas, o processo atinge seu momento mais decisivo. O magistrado analisará os depoimentos e os vídeos anexados para determinar a natureza do episódio. O objetivo é estabelecer se o ocorrido caracterizou racismo, conforme sustenta a bailarina, ou se foi apenas uma brincadeira mal interpretada, como argumenta a defesa.