Raimundo Fagner compartilhou, na noite de terça-feira (11), um episódio inédito de sua convivência com Caetano Veloso. Em apresentação no Espaço Cultural Paulão 7 Cordas, no Centro do Rio de Janeiro, durante a celebração dos 50 anos de carreira do letrista Abel Silva, o cearense lembrou o primeiro encontro com o baiano.
O relato foi feito de forma espontânea entre números musicais, diante de um público formado por artistas e admiradores da música brasileira. Ao reconstituir a cena, Fagner detalhou o momento em que viu Caetano pela primeira vez.
Lembrança de Fagner
Segundo ele, o cantor estava em meio à natureza no local que marcou a história dos Novos Baianos. “Olhei para cima, e ele estava no alto de uma goiabeira”, disse. A lembrança surgiu enquanto Fagner conduzia um repertório que revisitava parcerias e interpretações consagradas ao longo de sua trajetória.
O sítio citado pelo artista foi morada do coletivo Novos Baianos, que reuniu nomes como Moraes Moreira, Pepeu Gomes e Baby do Brasil, então Consuelo. Fagner recordou o ambiente de criação em plena Ditadura Militar e, em tom de brincadeira, mencionou hábitos da época: “Era tanta maconha que a peneira usada tinha de ser a da construção civil”.
Reação da plateia
A fala provocou risos na plateia e resgatou, pela via do anedótico, a atmosfera de experimentação que marcou o grupo. A homenagem a Abel Silva pautou a seleção das canções. Fagner abriu o set com A canção brasileira, parceria de Abel com Sueli Costa, gravada pelo cearense em 1980. O repertório incluiu ainda Sangue e pudins e atingiu o ponto mais alto com Jura Secreta, entoada em coro pelo público.
