Márcia Dantas rebate crítica de Márcio Gomes sobre preço da comida na COP 30: ‘Pessoas que estão de fora’

Após o apresentador da CNN reclamar de gastar R$ 99 em lanches no evento, Márcia Dantas explicou o valor do queijo do Marajó.

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Nesta quinta-feira (6), durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), em Belém, no Pará, o jornalista Márcio Gomes da CNN utilizou seu Instagram para reclamar do alto preço da comida no evento. Ele detalhou que gastou R$ 99 em dois salgados – uma quiche de espinafre e um salgado de camarão com queijo do Marajó – e uma lata de refrigerante. A colega de profissão Márcia Dantas, natural de Belém e que trabalha na Jovem Pan News, decidiu rebater a crítica do jornalista.

Márcio Gomes e todos os colegas que hoje estiveram reclamando dos preços da COP: eu entendo vocês e até concordei num primeiro momento, mas aí, como paraense, eu falei, ‘não é possível, a gente paga tanta coisa cara aqui em São Paulo, eu vou pesquisar’”, começou Márcia.

Explicação de Márcia Dantas

A profissional relatou que decidiu investigar a cadeia produtiva do queijo do Marajó. Segundo ela, o produto é elaborado com leite de búfala proveniente da Ilha do Marajó, no extremo Norte do Pará — região onde parte de sua família nasceu. Trata-se de um queijo regional, com indicação geográfica específica, o que exige o cumprimento de rigorosas normas de produção.

Márcia explicou que o transporte do queijo até chegar ao consumidor é um desafio logístico: apenas o trajeto entre o Marajó e Belém pode levar cerca de três horas e meia em lancha, ou até 24 horas em barco comum. Por ser um produto que precisa ser mantido refrigerado, os custos de transporte aumentam significativamente, tornando-o mais valorizado e raro.

Valor alto foi justificado

Ela destacou ainda que o quilo do queijo pode chegar a R$ 200, o que faz com que apenas 70 gramas representem cerca de R$ 14 de custo. Somando o preço da massa, o trabalho artesanal, a mão de obra, a energia e os impostos, o valor final de um salgado pode facilmente atingir R$ 29 — ou até mais.

Por fim, a jornalista comparou a percepção de valor entre regiões, observando que, em São Paulo, muitas pessoas pagam R$ 29 por um simples pão com ovo em cafeterias consideradas sofisticadas, sem questionar o preço. “Mas quando a gente fala da Amazônia, mesmo sendo um produto artesanal, mesmo tendo tradição, aí é caro, aí as pessoas que estão de fora reclamam do preço”, concluiu.