As novelas Três Graças e Dona de Mim prometem recorrer a um artifício cada vez mais comum na teledramaturgia da Globo: o retorno de personagens que pareciam mortos. Essa estratégia, usada repetidamente nos últimos anos, tem gerado críticas por indicar uma certa falta de originalidade e excesso de repetições nos roteiros.
O público, que antes se surpreendia com tais reviravoltas, já começa a prever os desdobramentos dessas tramas. Em Três Graças, o mistério em torno de Rogério (Eduardo Moscovis) será revelado por volta do capítulo 80, quando o marido de Arminda (Grazi Massafera) reaparecerá vivo, embora supostamente sem memória.
Volta de Camila Pitanga em Dona de Mim
Em Dona de Mim, Ellen (Camila Pitanga) voltará do “mundo dos mortos” determinada a lutar pela guarda da filha, provocando novos conflitos na história. Embora o recurso de fingir a morte de um personagem possa criar suspense, o excesso de uso tem enfraquecido seu impacto.
Segundo Debora Lima, do Notícias da TV, a cada nova “morte” nas novelas, os telespectadores desconfiam imediatamente de uma possível reviravolta, o que reduz a surpresa e a emoção das cenas de retorno.
Recursos batidos nas novelas da Globo
Nem mesmo o final de Vale Tudo (2025) conseguiu causar espanto quando revelou Odete Roitman (Debora Bloch) viva. O público já especulava o desfecho, lembrando que, na versão original de 1988, a personagem realmente morria. Essa previsibilidade mostra o quanto a fórmula se desgastou.
Nos últimos cinco anos, diversos personagens da Globo ressurgiram, como Molina em Mania de Você, Du em Renascer, Frida em Família É Tudo, e Agatha em Terra e Paixão. O excesso desse tipo de trama reflete o distanciamento da emissora de um período em que as sinopses eram minuciosamente revisadas para evitar repetições e clichês.
