Este é o valor que a família de Preta Gil quer receber de indenização após falas do padre Danilo César

O padre Danilo César comentou sobre a morte de Preta Gil, mas a família não gostou do que ouviu e exige uma indenização.

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A família de Preta Gil ingressou com uma ação judicial contra o padre Danilo César, da Paróquia São José, em Campina Grande, após declarações consideradas ofensivas feitas durante uma missa. O processo foi movido por Gilberto Gil, pai da cantora, sua esposa Flora Gil, os filhos Nara, Marília, Bela, Maria, Bem, José e o neto Francisco. No pedido, eles solicitam uma indenização de R$ 370 mil por danos morais coletivos, argumentando que o religioso ultrapassou os limites da liberdade de expressão e desrespeitou a memória e a fé da artista.

O episódio ocorreu no dia 20 de julho de 2025, poucas horas após o falecimento de Preta Gil. Durante a homilia, transmitida ao vivo pelo canal da paróquia no YouTube, o padre fez comentários que associavam a morte da cantora à sua crença nas religiões de matriz africana: “Deus sabe o que faz. Se for para morrer, vai morrer […] Qual o nome do pai de Preta Gil? Gilberto. [Ele] fez uma oração aos orixás. Cadê esses orixás, que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”.

Advogados se pronunciaram sobre o caso

De acordo com os advogados da família, o discurso do padre não se tratou de uma crítica religiosa, mas de uma manifestação de intolerância e desrespeito. A defesa afirma que as falas feriram a dignidade dos familiares e a memória de Preta Gil, configurando um ato de discriminação religiosa. O processo busca responsabilizar o religioso e a instituição pelo conteúdo proferido em um momento em que a família ainda lidava com o luto da perda.

Os parentes de Preta Gil também ressaltaram que a cantora sempre se posicionou de forma firme em defesa da liberdade religiosa e das tradições afro-brasileiras. Para eles, o discurso proferido em ambiente religioso, especialmente durante uma missa, reforça a necessidade de que a sociedade repense o limite entre opinião e intolerância.

Família de Preta Gil luta contra preconceito religioso

O caso, segundo a família, não é apenas uma questão pessoal, mas um símbolo da luta contra o preconceito que ainda afeta religiões de origem africana no país. Preta Gil faleceu aos 50 anos, em Nova York, onde realizava tratamento contra um câncer colorretal. Sua morte causou grande comoção e mobilizou homenagens em todo o Brasil. Até o momento, o padre Danilo César não comentou o caso publicamente, e a ação segue em tramitação na Justiça.