Uma estratégia ousada da Globo transformará a trama em um verdadeiro espetáculo comercial. O assassinato de Odete Roitman (Débora Bloch), que irá ao ar na próxima segunda-feira (6), foi convertido em ativo milionário, com todos os intervalos do capítulo decisivo vendidos para grandes marcas.
De acordo com o jornal Meio & Mensagem, sete patrocinadores centrais — Itaú, Omo, iFood, Dove, Zé Delivery, Serasa e Subway — terão suas campanhas diretamente vinculadas ao episódio mais esperado da novela. Além disso, todos os intervalos dos últimos capítulos já foram negociados com mais de 20 empresas, consolidando o remake como o maior sucesso comercial das 21h nos últimos anos. O departamento de publicidade da emissora comemora a façanha: nunca antes a morte de uma personagem havia sido tão lucrativa.
O peso do merchandising em Vale Tudo
Não é de hoje que a novela vem chamando atenção pelo número de inserções publicitárias. Até meados de setembro, já eram 87 ações de merchandising exibidas. Na reta final, o número cresceu ainda mais, a ponto de até cenas dramáticas serem atravessadas por propagandas.
No episódio em que Afonso (Humberto Carrão), debilitado pelo câncer, se emocionou no chá de fraldas de Solange (Alice Wegmann), o momento foi interrompido por uma longa sequência de exposição de produtos.
Reações do público nas redes sociais
Segundo Márcia Pereira, colunista do Notícias da TV, as críticas não demoraram. Nas redes sociais, internautas apontaram que a emoção da trama tem sido frequentemente ofuscada pelo excesso de publicidade. Um exemplo citado foi quando Afonso descobriu que Leonardo (Guilherme Magon) estava vivo: em meio ao choque da revelação, uma fala sobre sabão líquido acabou desviando a atenção para promover uma marca de produtos de limpeza. Para muitos fãs, a novela que deveria comover o país virou alvo de ironia por transformar cada cena em vitrine de consumo.
A vitória no caixa da Globo e a polêmica no ar
Enquanto a Globo comemora o faturamento histórico, parte do público lamenta a perda de impacto narrativo. O mistério de “quem matou Odete Roitman?”, que deveria ser o ponto alto da dramaturgia, acabou virando também mote para anúncios e ações comerciais. A crítica que ecoa nas redes sociais é clara: em Vale Tudo, o lucro passou a disputar protagonismo com a emoção.
