Filho de Milton Nascimento desabafa após diagnóstico do pai: ‘uma despedida…’

Augusto Nascimento fez uma viagem com o pai para os Estados Unidos antes de receber o diagnóstico.

PUBLICIDADE

Antes de receber o diagnóstico de demência por corpos de Lewy (DCL), Milton Nascimento, de 82 anos, já vinha enfrentando sinais que despertaram preocupação em sua família. O cantor apresentava lapsos de memória, pouco apetite e mantinha o olhar fixo por longos períodos, além de repetir histórias em curtos intervalos.

Esses sintomas, percebidos pelo filho e empresário, Augusto Nascimento, destoavam do comportamento habitual do artista. As alterações começaram a ser notadas com mais intensidade após o desfile da Portela e o lançamento de seu documentário.

Augusto relatou que os episódios se tornaram frequentes e decidiu procurar o clínico geral Weverton Siqueira, responsável por acompanhar Milton há uma década. O médico realizou uma bateria de testes cognitivos que avaliou linguagem, cálculo, orientação espacial e atenção.

Médico de Milton Nascimento falou sobre diagnóstico

Segundo o médico, a evolução foi inesperada e mais evidente do que em avaliações anteriores. “Pela primeira vez em uma década, fiquei assustado com o declínio cognitivo do músico”, afirmou o profissional de saúde ao explicar que os sinais exigiam investigação detalhada. A partir daí, exames complementares foram solicitados, o que resultou no diagnóstico definitivo.

Viagem de pai e filho

Enquanto aguardava os resultados, Augusto decidiu compartilhar momentos especiais com o pai. No início de maio, eles viajaram para os Estados Unidos, onde acompanharam um show de Paul Simon e iniciaram uma jornada de motorhome por cinco estados americanos. Foram mais de 4 mil quilômetros percorridos em 16 dias, aproveitando a oportunidade de registrar memórias conjuntas.

“De alguma forma, eu sabia que aquela viagem seria uma despedida desses momentos”, afrmou. De volta ao Brasil, a confirmação da DCL trouxe explicações para os sintomas que vinham surgindo. A condição é caracterizada pela presença de depósitos anormais de proteína alfa-sinucleína no cérebro, afetando tanto a memória quanto a coordenação motora. Antes disso, Milton já havia sido diagnosticado com Parkinson, em razão das semelhanças nos efeitos sobre a motricidade.