‘Um ano no sofrimento’: famosa atriz faz triste desabafo sobre doença incurável

A atriz disse que decidiu fazer tudo que tinha vontade, com medo de ficar inválida.

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A atriz Ana Beatriz Nogueira falou abertamente sobre os 16 anos de convivência com a esclerose múltipla. Nesse período, ela esteve em 14 novelas, conciliando a carreira com os cuidados necessários para lidar com a doença degenerativa. Os primeiros sinais surgiram ainda durante as gravações de Caminho das Índias (2009).

A veterana disse em entrevista ao Jornal O Globo, que ao receber o diagnóstico, a atriz relatou que pensou se tratar do fim. Durante um ano enfrentou o sofrimento e, nesse processo, decidiu realizar coisas que antes temia, como atuar em monólogo. Ana Beatriz explicou que descobriu ter uma forma mais branda da doença, o que permitiu seguir trabalhando. Ela destacou, porém, que a realidade de muitos pacientes é bem mais severa.

A rotina de tratamento trouxe mudanças não só profissionais, mas também pessoais. Ela contou que amigas próximas, como Malu Mader e Patrícia Pillar, aprenderam a aplicar as injeções utilizadas no tratamento. “Passei um ano no sofrimento. Como achava que ia entortar, que tudo ia acabar, saí fazendo tudo que eu tinha medo”, revelou.

O tratamento e a rotina adaptada

A atriz revelou que o treinamento para lidar com as injeções começou de forma prática. Uma profissional de saúde ensinava utilizando uma laranja, para que ela e as amigas pudessem treinar as aplicações. Com o tempo, Ana Beatriz conseguiu incorporar essa rotina ao seu dia a dia.

Segundo ela, aplicar os medicamentos passou a ser uma atividade realizada até durante telefonemas ou enquanto estudava textos. Apesar do medo inicial, destacou que momentos de humor surgiram naturalmente, mesmo em situações de fragilidade. Essa adaptação, afirmou, foi fundamental para continuar sua vida com mais normalidade.

Consequências na carreira e visão sobre a vida

Por recomendação médica, a atriz precisou deixar o elenco de Mania de Você (2024). A decisão foi tomada para priorizar sua saúde diante do avanço dos sintomas. Ainda assim, ela mantém uma postura otimista em relação à vida e à profissão.

Ana Beatriz destacou que, embora a doença seja degenerativa, o tempo a fez compreender e aceitar o processo. “A vida é degenerativa, estamos todos degenerando. Só que eu tenho mais consciência”, afirmou. Para ela, o acompanhamento constante trouxe consciência maior sobre a própria trajetória e os limites do corpo.