Tony Ramos revive o dia em que a vida quase lhe escapou: ‘Senti uma mão’

Ator relembra episódio grave de saúde e compartilha reflexões sobre perdas, fé e trajetória pessoal.

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Tony Ramos contou como foi viver o momento em que acreditou estar à beira da morte. Em entrevista ao videocast Conversa vai, conversa vem, publicada na última sexta-feira (8), o ator relembrou o dia em que sofreu um hematoma subdural, passou por duas cirurgias em menos de 48 horas e teve uma convulsão. Foi encontrado desacordado pela esposa, Lidiane, com metade do corpo fora da cama.

O episódio trouxe à tona a percepção da finitude. Aos 76 anos, com mais de seis décadas de carreira, Tony afirmou que sobreviveu, mas carrega marcas emocionais profundas. A dor da perda de amigos e familiares, segundo ele, não se supera — apenas se aprende a conviver com ela.

Ator relembra o susto e o retorno ao trabalho após o tratamento

Durante as gravações de um filme, Tony Ramos sentiu uma dor intensa na testa e pediu à esposa que o acordasse quando o carro da produção chegasse. Ao encontrá-lo desacordado, Lidiane acionou a equipe médica, que enviou uma ambulância. “Acordei na UTI, senti uma mão”, relembra o ator, referindo-se ao toque da companheira ao seu lado. Após os procedimentos, o neurocirurgião Paulo Niemeyer o incentivou a retomar os compromissos profissionais: “Termine o filme e volte à peça”, contou o ator.

Mesmo diante da gravidade, Tony manteve o foco na arte. Ele recorda que, ainda hospitalizado, citava versos de Fernando Pessoa como se estivesse em cena. A experiência o fez refletir sobre o tempo, a fragilidade do corpo e a força da mente diante da adversidade.

Tony Ramos fala sobre perdas, fé e o homem que se tornou

O artista também comentou sobre o envelhecimento e a dor de perder pessoas próximas. Mencionou a morte de um primo por Covid-19 e afirmou que, embora siga em frente, a ausência dos amigos e referências permanece. Para lidar com essas perdas, Tony se apoia na ciência, na fé e em ensinamentos que recebeu ao longo da vida. “Sou bem resolvido com quem sou. Não sigo modismos nem tendências. Viver é honrar o chão que se pisa e amar”, conclui.