Após críticas por exibir cenas consideradas preconceituosas contra o povo cigano, a novela Êta Mundo Melhor! tentou contornar a polêmica ao apresentar uma nova sequência envolvendo a personagem Carmem (Cristiane Amorim).
A cena foi ao ar uma semana após a repercussão negativa e mostrou a farsante sendo desmascarada por enganar pessoas ao fingir ser cigana. A intenção clara da Globo foi amenizar as acusações de racismo, associando os crimes da personagem a uma falsa identidade, sem ligação real com a cultura cigana.
Sequência de Êta Mundo Melhor! tomada às pressas
A sequência foi exibida no capítulo de sexta-feira (11) e, segundo apuração do Notícias da TV, não fazia parte do roteiro original entregue ao elenco. Isso levanta a hipótese de que a cena foi adicionada posteriormente como resposta à pressão do público e de entidades ciganas, que se manifestaram contra a representação ofensiva exibida anteriormente.
Na cena, Carmem tenta abordar clientes de um bar oferecendo leituras de mãos, quando é confrontada por uma ex-vítima, que a acusa de roubo. Um policial intervém e, ao ouvir as acusações, afirma que já recebeu denúncias contra a mulher por parte de líderes ciganos. Ele reforça que ela é uma golpista que utiliza a falsa identidade cigana para enganar inocentes e comprometer a reputação de um povo honesto.
A personagem é presa por estelionato, furto e falsidade ideológica. Mesmo assim, Carmem insiste que vê o futuro, mas nega ser cigana. A prisão é apresentada como punição pelos crimes cometidos, reforçando a tentativa de dissociar a personagem da cultura que foi retratada negativamente.
Globo mudou trama na novela das seis da Globo
Curiosamente, o perfil de Carmem no site oficial da novela ainda a descreve como cigana, o que contradiz a nova narrativa apresentada na TV. Isso indica que a mudança foi feita às pressas, apenas para conter os danos após as críticas à abordagem discriminatória da novela.
